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. | Foto: Anderson Coelho - 26/11/2018

A escavadeira apreendida no canteiro de obras da Avenida Dez de Dezembro, em Londrina, no sábado (27), faz parte de um grupo de seis máquinas alugadas por uma empresa de fachada de Ortigueira (140 km de Londrina), que sumiu repentinamente. O caso é investigado pelo delegado André Luís Garcia, que diz já ter pistas sobre quem seria o cabeça do esquema de estelionato.

Segundo o delegado, o maquinário pesado era alugado por essa empresa fantasma de terraplanagem em Ortigueira, pertencentes a empresas dos estados de São Paulo e Paraná. "Um determinado dia, sumiu tudo. Eles fecharam a sede da empresa, a casa foi fechada e as máquinas desapareceram. Os proprietários começaram a me procurar em Ortigueira, com os contratos de locação", conta Garcia. O caso passou a ser investigado como estelionato.

No meio da semana passada, a Polícia Militar encontrou uma das máquinas em uma propriedade rural em Londrina. Na sequência da investigação, encontraram o segundo equipamento envolvido no estelionato no sábado. "Este é o ponto nevrálgico da questão: estava em um pário de obra pública", afirma o delegado.

No mesmo canteiro, ao lado, os policiais encontraram uma caminhonete Mitsubishi L200 com notícia de furto na cidade de Arapongas, com placas trocadas e chassi remarcado, e um caminhão com indícios de adulteração - o chassi do motor apresenta marcas e difere do registro dos vidros. "Este caminhão, ainda não temos a identificação correta dele, mas tem indícios de adulteração. Vai passar por perícia para confirmar", diz Garcia.

O delegado ressalta que, apesar de a escavadeira estar na canteiro de obras do viaduto, o consórcio responsável pela edificação não tem envolvimento com o caso investigado. "A empreiteira terceirizou o serviço. A ganhadora da licitação fez um subcontrato com terceirizadas e uma dessas forneceu o maquinário irregular. Não há indicativos de que a empreiteira ou de agentes públicos envolvidos", explica.

A reportagem tentou contato com a Hejos Construtora, em Maringá, por telefone, que indicou buscar informações na sede da obra em Londrina. No telefone indicado, a pessoa disse que não podia dar informações, mas que a empresa não compactua com ilegalidades.

A Prefeitura de Londrina informou, por meio de nota, que a Secretaria Municipal de Obras aguarda posição da empreiteira sobre a empresa terceirizada e o resultado das investigações da Polícia Civil e que não haverá, "a princípio", atraso nas obras.

"O Núcleo de Comunicação da prefeitura de Londrina esclarece que a responsabilidade pelos equipamentos utilizados na construção do viaduto da Dez de Dezembro pertence integralmente à empreiteira que venceu a licitação pública para executar as obras", complementou.