O motoboy Francisco de Assis Pereira, que ficou conhecido como o Maníaco do Parque pela morte de 11 mulheres no Parque do Estado, em São Paulo, foi morto ontem durante rebelião na Casa de Custódia de Taubaté. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Outros quatro detentos foram mortos a tiros, mas até as 18 horas a identidade deles não havia sido divulgada. Um dia antes da rebelião a Polícia Militar recebeu uma denúncia anônima de que havia armas entre os presos. Uma revista foi feita nas celas, mas nada foi encontrado. Dois presos conseguiram esconder duas armas, as mesmas que deram início ao motim.
Em 4 de agosto de 1998, Francisco de Assis Pereira foi preso na cidade de Itaqui (RS), à beira do Rio Uruguai, a 703 quilômetros de Porto Alegre. O motoboy foi descoberto pelos pescadores João Carlos Vilaverde e Elci da Rosa.
Depois que chegou à Casa de Custódia, em 14 de agosto de 1998, o maníaco, segundo a direção da penitenciária, mantinha bom comportamento na cela única onde estava. Uma cama de cimento, um colchão fino e alguns objetos na cela com pouca luz era o cotidiano de Francisco de Assis Pereira.
A Casa de Custódia é considerada a mais segura do País. Ontem, parte dela foi destruída. A última rebelião, ocorreu em 1962, quando 40 detentos morreram carbonizados.
O juiz José Rui Borges, do 1º Tribunal de Júri de São Paulo, disse ontem que há cerca de nove delitos contra Francisco de Assis Pereira, em andamento na 1ª Vara do Júri. O primeiro julgamento estava marcado para março do próximo ano. ‘‘Com a morte de Francisco, obviamente em função da lei, ocorrerá a extinção da punibilidade e todos os processos deverão ser arquivados.’’
O juiz defendeu que seja feita a apuração das condições da morte de Francisco. ‘‘Como o preso estava sob a custódia e responsabilidade do Estado, obviamente é hora da Secretaria da Segurança Pública esclarecer à sociedade com detalhes o que realmente aconteceu’’.