A Chapa "Mais UEL", composta por Marta Regina Favaro (CECA) e Airton Petris (CCS), busca o fortalecimento da representação e da legitimidade da UEL no exercício de sua função política. Um dos grandes desafios da Chapa 3, já assumido como uma ação necessária no plano de gestão da dupla, é a organização e a estruturação do quadro funcional. "Nós temos a necessidade de uma organização e uma mediação política para potencializar o nosso quadro funcional. Estamos precisando de concurso público para os nossos professores. Nós temos um quadro bastante numeroso de professores em contrato temporário e isso exige da administração um cuidado, porque a relação de trabalho também fica complicada e nós precisamos que os professores se sintam pertencentes a longo prazo na instituição. Temos uma situação bastante delicada e frágil de precarização das condições de trabalho tanto do nosso corpo de professores como de agentes universitários, dos nossos técnicos de nível superior. Vamos ter que enfrentar esse grande desafio da mediação política para isso", afirmou Favaro, candidata à reitora.

Até isso ocorrer, a chapa defende a mediação a partir da distribuição das atividades que já existem. “Muitos dos nossos professores temporários estão vinculados a diferentes atividades, mas que têm como referência a atividade de ensino. A possibilidade que nós temos com este corpo que já está constituído é a mediação e o amparo nas atividades que eles já desenvolvem para dar conta das atividades que já estão em desenvolvimento, para eles poderem ter condições de trabalho.” Ela explicou que o fato de não se fazer o concurso e fazer contratos temporários também arrasta os salários para baixo e isso dificulta a contratação de profissionais com qualificação internacional.

As propostas da Chapa 3, "Mais UEL", podem ser vistas nesta reportagem, que faz parte de uma série de entrevistas com os candidatos à reitoria da UEL. A série termina na edição de sexta-feira (8), com a publicação da reportagem sobre a quarta e última chapa. A eleição acontece (1º turno) em 12 de abril.

DEFASAGEM SALARIAL

A defasagem salarial no quadro de professores gera perda de cérebros para outras instituições, inclusive para outros países, lembra os candidatos à reitoria pela "Mais UEL". Fávaro ressaltou que há vários casos de pessoas que assumiram funções acadêmicas e de pesquisa em outras instituições. "Isso é uma ação muito complicada e é muito séria, porque isso prejudica a instituição como um todo. A única possibilidade que nós temos de fortalecimento dessa permanência dos nossos pesquisadores é a mediação política, para que a gente tenha melhores condições de estruturação, manutenção dos nossos espaços, mas também de reposição salarial, da condição de trabalho. Nós temos pesquisadores de renome nacional e internacional e isso é necessário para eles poderem se sentir em melhores condições de trabalho."

Lei Geral de Universidades

Sobre a LGU (Lei Geral de Universidades) prever a extinção de cursos que não atingirem determinadas metas, Fávaro defende a permanência de todos os cursos. "Alguns cursos são da área básica de conhecimento e poderiam ser penalizados em função desse princípio. O fortalecimento desses cursos e a defesa da área básica é constituinte para qualquer atuação profissional. Nós entendemos ser necessário reconstruir e fortalecer a legitimidade da universidade e o chamamento de pessoas para ação dos nossos espaços. Temos cursos com mais de 50 anos de constituição, que constituíram a Universidade Estadual de Londrina. Esse dispositivo apresentado pela LGU precisa ser interpretado e negociado. Os cursos de graduação não podem ser medidos apenas por um quesito de percentual. A instituição, com a sua autonomia no gerenciamento acadêmico administrativo, tem condição de sustentar os cursos e fazer a mediação com os órgãos responsáveis, seja o governo ou o conselho estadual, para a sustentação dos cursos de base. Oferecemos 52 cursos de graduação presenciais e a nossa disposição é de luta pela manutenção de todos os nossos espaços de formação e de todos os que estão atrelados ao ensino e à assistência. Nós temos os nossos órgãos suplementares e de apoio que sustentam a atividade interna da instituição e precisam ser fortalecidos e que não podem sofrer nenhuma categoria de arrefecimento, caso contrário haverá dificuldades inclusive de sustentação."

Marta Favaro e Airton Petris estão  à frente da Chapa 3, "Mais UEL". "Isso (`fuga de cérebros´)  é uma ação muito complicada e é muito séria, porque isso prejudica a instituição como um todo
Marta Favaro e Airton Petris estão à frente da Chapa 3, "Mais UEL". "Isso (`fuga de cérebros´) é uma ação muito complicada e é muito séria, porque isso prejudica a instituição como um todo | Foto: Roberto Custódio

Sobre a necessidade de conseguir mais recursos, Fávaro afirma que o gerenciamento irá continuar na mesma linha. "Os parâmetros ainda serão definidos pelo governo, por decreto, que serão os índices estabelecidos quanto ao valor de repasse no orçamento para o custeio da instituição. Isso vai ser sempre matéria de avaliação da organização interna, mas também de uma mediação de recomposição de acordo com nossas necessidades." "Eu penso que essa disposição de uma mediação constante, de uma forma muito respeitosa com a instituição e muito transparente é um compromisso que a gestão tem que assumir. A comunidade tem que entender e tem que acompanhar este processo e todas as ações que estão sendo feitas, e também precisa estar junto na busca de soluções, entendendo como esse recurso está sendo aplicado na instituição. Esse é o compromisso que nós estamos assumindo, enquanto coletivo. Não vejo outros caminhos que sejam possíveis a não ser esse da organização do trabalho, da mediação política e da insistência de uma valorização.", ressaltou a candidata.

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TRANSPARÊNCIA

Ela disse ser preciso fortalecer um exercício do que já vem sendo feito, o da transparência. “Mas temos que melhorar alguns fluxos e processos, tornando-os mais dinâmicos na relação de estabelecimento de prioridades de recomposição da forma de trabalho, então existem várias ações que poderiam ser desenvolvidas para melhorar a eficiência da organização interna.”

Aírton Petris reforçou que isso atinge duas coisas. “Primeiro, a modernização da máquina, e segundo, a desburocratização. Para fazer esses movimentos de melhoria de fluxos e de processos é preciso informatizar, fazer esse gerenciamento automaticamente. Isso deixaria a máquina moderna e a desburocratização bem estabelecida retiraria etapas, organizaria a documentação de uma forma diferente, e tornaria tudo muito mais ágil. Isso faz parte do escopo do nosso programa, porque as universidades também não podem ficar só dependente de contratações e de ampliação de quadro. Existe toda uma sistemática que podemos adotar enquanto gestor público, e nesse sentido, ele possibilita melhor desenvolvimento dos projetos e, fundamentalmente, garante transparência social. Inclusive, porque os processos estão todos estabelecidos de forma protocolar. Aí nós conseguimos fazer a máquina a funcionar mais rapidamente.”

Sobre a possibilidade de integrar ainda mais os diferentes cursos da UEL, Fávaro afirma que a universidade está em um momento muito peculiar dos 52 cursos de graduação, pois estão em processo de reformulação curricular. “Essa ação já está posta como uma realidade que vamos ter que gerenciar e esse vai ser um desafio também da próxima gestão, criar as condições para que essas ações possam se desenvolver."

A dupla também defende a implantação de mecanismos para melhorar a segurança no campus e também de melhorias de acessibilidade. "Eventualmente, a gente ganhando a eleição, vamos transformar isso em um plano de gestão", afirmou Petris.

Ouça o podcast com entrevista dos candidatos da Chapa "Mais UEL".

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