Mais de 600 morreram em acidentes em rodovias federais no PR
Homens são 81% das vítimas fatais, segundo balanço divulgado pela PRF
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Homens são 81% das vítimas fatais, segundo balanço divulgado pela PRF
Matheus Camargo - Especial para a FOLHA

A Polícia Rodoviária Federal divulgou o balanço de ocorrências nas rodovias federais em 2024 e revelou que 605 pessoas morreram em acidentes. O número subiu 8,2% em relação aos 559 óbitos confirmados em 2023. Mais uma vez, segundo a PRF, as colisões frontais são os sinistros que mais causam mortes no Paraná.
O que chama a atenção é que apenas 6,3% das ocorrências atendidas pela corporação foram desta natureza. Mesmo assim, 181 mortes foram registradas no ano passado por acidentes de carros que colidiram frontalmente, o que representa 30% dos números totais.
A situação dos atropelamentos é semelhante. Foram confirmadas 97 mortes em 2024, ou 16% do total de óbitos, porém, a PRF atendeu somente 4,3% sinistros desta maneira. Outro dado central apresentado pela corporação foi sobre a letalidade dos atropelamentos. Um terço das vítimas desse tipo de acidente vai a óbito. O perigo aumenta ainda mais no período noturno, já que oito em cada dez pessoas atropeladas morreram em horários de baixa visibilidade natural.
“Isso ocorre em ultrapassagens mal sucedidas e pelo excesso de velocidade. Nos atropelamentos também, muitas vezes o excesso de velocidade, combinado com a desatenção e a imprudência do pedestre. O comportamento humano está ligado à maioria das ocorrências fatais. A maioria dos óbitos poderia ter sido evitada, isso é incontestável”, afirmou Fernando César Oliveira, superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná.
As três principais causas de acidentes registradas pela PRF no Paraná são ligadas à velocidade, sendo elas a ausência de reação do condutor, a reação ineficiente ou o próprio excesso de velocidade. Foram 2.576 sinistros registrados que tiveram ao menos uma das três causas, representando 39,1% do total.
“É reação tardia, falta de atenção, velocidade incompatível, embriaguez ao volante, essas estão entre as principais causas atendidas pela Polícia Rodoviária Federal no Paraná em 2024. A PRF vê com preocupação essa tendência de alta no índice de violência no trânsito nas rodovias federais do Paraná, mas isso não depende somente da polícia. Além da fiscalização, necessita do aperfeiçoamento, da legislação, e educação para o trânsito, conscientização. Existem trechos críticos nas rodovias, mas se a conduta do motorista for inadequada, todo trecho se torna crítico”, seguiu Oliveira.
Em 2024, a PRF viu o número de flagrantes por excesso de velocidade disparar. O número saltou de 157 mil, em 2023, para mais de 341 mil. Além disso, agentes flagraram 19.056 condutores em ultrapassagens proibidas. Mesmo com a preocupação pela disparada nos números, o superintendente destacou otimismo com a instalação de novos radares de velocidades nas rodovias federais.
“Estamos otimistas com os dois novos contratos de concessão das rodovias, que devem acontecer em abril. As duas concessionárias já são obrigadas a partir do mês de fevereiro a colocar dezenas de radares fixos, o que tende a aumentar a segurança viária no trânsito do Paraná. Também teremos com a PRF mais fiscalização em videomonitoramento de forma que façamos as autuações sem precisar que uma equipe esteja no local”, destacou.
A PRF ainda revelou que 81% dos mortos no trânsito em rodovias federais em 2024 foram homens. Do total, 20% tinham entre 30 e 39 anos, representando a faixa etária de maior incidência. Foram 264 óbitos em automóveis e 119 em motocicletas, ocupando a primeira e a segunda colocação entre os veículos mais ocupados nos momentos das mortes.
PROBLEMAS COM CAMINHÕES
Um dado apresentado no balanço que preocupa a PRF é o alto número de mortes em acidentes que envolvem caminhões. Dos 605 óbitos, 313 foram em ocasiões que tiveram alguma relação com esse tipo de veículo, o que significa 51%. Também foi confirmado o aumento nos números se comparado ao balanço de 2023, quando 291 pessoas morreram em sinistros que contaram com o envolvimento de caminhões. A corporação tem dado ênfase às abordagens em veículos de grande porte e, no ano passado, parou 118 mil veículos desta natureza para averiguações.
“O excesso de peso em toneladas foi 43% maior, de 8 mil para 12 mil toneladas, e as multas por descumprimento de descanso mínimo dos caminhoneiros também mais que dobraram. Quase metade das abordagens feitas pelos policiais, 45%, são a caminhoneiros. A expectativa para 2025 da PRF é positiva, ampliando as ações de fiscalização de descanso mínimo, pneus, freios, excesso de peso e de velocidade", citou o superintendente.
O número de tombamentos de caminhões também teve aumento registrado, saindo de 245 para 270. As mortes por esse tipo de sinistro subiram de 14, em 2023, para 19 no ano passado.

