SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) marcou uma audiência com o embaixador da China, Yang Wanming, para falar sobre o atraso no envio de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil.

A demora na chegada dos IFAs (Ingrediente Farmacêutico Ativo) ameaça a fabricação da Coronavac pelo Instituto Butantan e do imunizante de Oxford/Astrazeneca, que será produzido pela Fiocruz. As 6 milhões de doses da Coronavac que já estão sendo aplicadas devem terminar em poucas semanas.

O governo de Jair Bolsonaro explodiu as pontes com a embaixada, proibindo seus ministros de receber Wanming para qualquer tipo de conversa.

Um dos filhos do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) faz ataques recorrentes ao diplomata e ao próprio país asiático -ele chegou a culpar a "ditadura chinesa" pela pandemia do novo coronavírus.

"O governo brasileiro interditou a relação com a China. Só fazem ataques ao embaixador. Agora está provada a importância do diálogo diplomático. Precisamos ao menos saber o que está acontecendo, qual é a razão de os insumos não chegarem ao Brasil", diz Rodrigo Maia.

Ele afirma que pediu a audiência na segunda (18) e que a embaixada confirmou a conversa para a quarta (20).

"Tenho certeza de que não há ato político da China contra o Brasil. Mas precisamos compreender o que está acontecendo. Sem os insumos da China, não teremos vacina", finaliza Maia.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também está propondo que uma delegação parlamentar converse com a diplomacia chinesa para negociar a chegada dos IFAs, os insumos farmacêuticos ativos, dos quais o Instituto Butantan e a Fiocruz dependem para fabricar seus imunizantes.