Mãe ainda espera filho no portão
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Danilo Marconi <br> <br> Reportagem Local
Londrina - A tarde do dia 9 de julho de 2009 não sai da cabeça da doméstica Eunice de Fátima Giocondo. Por volta das 13 horas ela recebeu a notícia que seu único filho havia perdido a vida num acidente de moto na Área Central de Londrina.
''Naquele dia havia conversado com ele sobre onde iríamos construir seu quarto. Fui até a loja de materiais de construção e quando voltei vi um monte de gente no portão de casa'', relembrou. Este é apenas um exemplo da dor que fica para os parentes de vítimas fatais de acidentes de trânsito.
Rolf Antonio Giocondo tinha 20 anos e trabalhava em uma metalúrgica na Zona Sul. Ele voltava do almoço quando bateu num caminhão que fez uma conversão irregular na Avenida Duque de Caxias. O passageiro da moto também morreu.
''Virou um pesadelo no minha vida. Todo dia espero a chegada dele no portão e sei que não vou ter seu retorno'', lamentou Eunice. Os momentos tristes ela registra num diário que mantém sempre por perto.
Tristeza compartilhada com indignação. A ação civil indenizatória decorrente do acidente segue tramitando na 3 Vara Cível de Londrina. Apenas uma audiência foi realizada até hoje.
''A culpabilidade é conjunta entre transportadora, fornecedora e o motorista. Ainda estão sendo apuradas as responsabilidades de cada um. Até agora não houve a instrução (tomada de depoimentos)'', explicou o advogado Marco Antonio Tillvitz.
Eunice lembra pouco da audiência de conciliação realizada meses atrás. ''Foi uma sensação horrível ficar próxima dele (motorista). Só lembro que saí'', contou. ''O motorista fez uma conversão com um caminhão-baú de 11 metros de comprimento numa pista de nove (metros) de largura. As evidências são claras'', criticou o padrastro da vítima,
Enquanto a ação não é julgada, Eunice fica com o diário em mãos e volta e meia dá uma espiada no portão de casa. ''Não dá para preencher essa lacuna, não tem como. É um vazio enorme.''