Madri não recorreu de liberação para não deteriorar relações com Chile
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quarta-feira, 01 de março de 2000
Madri não recorreu de liberação para não deteriorar relações com Chile2/Mar, 21:14 Madri, 02 (AE-ANSA) - O governo espanhol de José María Aznar recusou hoje (02) tramitar as instruções do juiz Baltasar Garzón de recorrer da libertação do ex-ditador chileno Augusto Pinochet para não "deteriorar" as relações com o Chile". "Recorrer desta decisão não teria nenhum resultado prático e deterioraria sensivelmente as relações da Espanha com o Chile e com os demais países ibero-americanos", disse o chanceler Abel Matutes. Apesar de acatar sobriamente a derrota representada pela resolução do ministro de interior britânico Jack Straw, Garzón não recebeu de igual modo a atitude do governo de Madri ao recordar, segundo fontes próximas ao magistrado, que segue vigente a ordem internacional de busca e captura contra o ex-ditador, que passaria a valer se ele voltasse a sair do Chile. "Não estou chateado. Mas estou triste pelas vítimas", foi o comentário do juiz após a decisão de Straw, segundo as mesmas fontes. Madri, que levou a Londres o pedido de extradição de Garzón que causou a detenção de Pinochet 16 meses atrás, sustentou agora que recorrer "questionaria de maneira desncessária o processo de transição chileno, que o governo valoriza e respeita profundamente", segundo as palavras de Matutes. O governo de Aznar e em especial o chanceler Matutes, que disse certa vez que o "caso Pinochet" era o assunto que menos lhe deixava dormir - receberam com alívio a libertação de Pinochet, que ocorre apenas 10 dias antes das eleições gerais espanholas, afirmaram observadores.