Macchi enfrenta risco de uma explosão social.
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sexta-feira, 07 de janeiro de 2000
Assunção, 07 (AE-AP) - O governo do presidente Luis González Macchi, que em março cumprirá um ano no poder, enfrenta o risco de uma explosão social caso não consiga atenuar a grave crise econômica por que passa o país. Esta é a opinião de vários analistas consultados pela Associated Press.
O economista Luis Alén disse que a "falta de atenção adequada à economia está conduzindo o país à uma crescente deteriorização social. Os investimentos foram insuficientes em setores-chave como a indústria".
O líder sindical Alan Flores, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), afirmou que "o país necessita de mais empregos, menos corrupção e atenção às necessidades reais do povo".
O analista político Carlos Martini foi categórico ao afirmar que "se em um período próximo a crise econômica não for atenuada, corre-se o risco de ocorrer uma explosão social, abrindo caminho para os oportunistas políticos, que poderiam tentar implantar um regime personalista e messiânico".
Entre 1995 e 1998 quebraram 38 bancos comerciais privados, empresas financeiras e casas de câmbio, o que resultou num grande abalo para o mercado financeiro.
Em meio à crise, ocorrerem diariamente manifestações de trabalhadores, que exigem melhores condições de trabalho e aumento salarial.
Segundo Alen, "poderíamos ter alguma melhoria no final deste ano ou talvez em 2001 se o governo levar adiante a reforma do Estado, privatizando as empresas públicas deficitárias".
Enquanto os assessores de Macchi avaliam os custos sociais e políticos, as contas bancárias são esvaziadas, segundo o jornalista Osvaldo Acosta, porque "o público mais rico busca refúgio em uma moeda forte como um instrumento anti-crise".