Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu nomear o embaixador André Corrêa do Lago como presidente da COP30, a conferência de clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que acontecerá em Belém no final deste ano.

Lago é secretário de clima do Ministério de Relações Exteriores e nas últimas COPs foi um dos principais diplomatas do Itamaraty nas negociações ambientais.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (21) em uma reunião no Palácio do Planalto. Participaram Lula e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Maria Laura da Rocha (substituta na pasta das Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), além do assessor especial Celso Amorim e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.

A oficialização era esperada para acontecer na última quarta-feira (15), em uma reunião no Palácio do Planalto para tratar da conferência. O encontro, no entanto, foi adiado em razão da crise do Pix e da necessidade de sanção da Reforma Tributária.

A demora na escolha do cargo foi motivo de críticas a Lula, inclusive de pessoas de dentro do governo.

Não há uma regra de quando a presidência precisa ser anunciada, mas nos últimos anos foi comum que o nome escolhido já fosse conhecido durante a COP anterior, para que o processo de início das negociações já começasse.

A expectativa, portanto, era que o Brasil fosse à conferência de 2024, em Baku, no Azerbaijão, já com esse nome definido, o que não aconteceu.

O atraso de Lula, segundo pessoas envolvidas nas tratativas, faz com que o país não possa iniciar formalmente as conversas para a conferência em Belém, marcada para novembro.

A intenção de negociadores brasileiros é conseguir antecipar o máximo possível as conversas, para tentar chegar na COP30 já com as tratativas avançadas, para evitar impasses durante a realização do evento.

Um dos motivos para a escolha de André Corrêa do Lago, segundo pessoas que trabalham na organização da conferência em Belém, é o fato de o embaixador ter trânsito e ser bem avaliado em setores muitas vezes divergentes, sobretudo as alas ambiental e do agronegócio do próprio governo.

Ele foi chefe da delegação brasileira na última COP do clima, em Baku, atuou diretamente na elaboração das novas NDCs brasileiras (as metas nacionais de descarbonização) no ano passado e, na cúpula do G20, também em 2024, articulou para que o tema ambiental tivesse espaço da declaração final do evento.