Londrinenses narram impacto da morte do papa na Itália
Jogos de futebol e eventos culturais foram cancelados e chamou atenção a grande movimentação de fiéis no Vaticano
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 22 de abril de 2025
Jogos de futebol e eventos culturais foram cancelados e chamou atenção a grande movimentação de fiéis no Vaticano
Lucas Giroto Merim - Estagiário*
Na última segunda-feira (21), o jornalista londrinense Guilherme Batista estava de férias na capital italiana, Roma, quando recebeu a notícia de que o papa Francisco havia falecido. Batista deixou seu descanso de lado para apurar esse momento histórico, contando em detalhes como a morte do sumo pontífice católico foi recebida pela população romana e as movimentações de visitantes e fiéis nesse momento de luto.
Em entrevista, na manhã desta terça-feira (22), Batista conta que a comoção maior foi na Cidade do Vaticano e em locais religiosos, como igrejas. No restante, a rotina dos romanos seguiu, relativamente, na normalidade. "Ontem, passei o dia inteiro na Praça de São Pedro, onde os fiéis e turistas foram recebidos. Fui visitar o Obelisco, lá teve a reza de um terço e divulgação de algumas informações. A cidade toda tem agido de forma diferente por conta disso. Como ela [Roma] é muito grande, você consegue ver que alguns pontos têm situações 'meio' diferentes, principalmente no Vaticano e em igrejas, por exemplo. Em outros, tudo está correndo de forma muito normal.", relatou.

Na visão do londrinense, como essa é uma região turística e a presença de estrangeiros e não católicos é muito forte - desde árabes até orientais -, a comoção nas ruas não tem expressado uma mudança muito significativa, com os moradores seguindo suas vidas normalmente - pelo menos até este primeiro momento. Em comparação, Batista cita a morte da Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, que assim como a do papa, o londrinense estava presente durante o funeral, em suas férias.
"Acho que o catolicismo é muito forte no nosso país e aqui também [na Itália]. Mas vejo muitos árabes, indianos, orientais e pessoas de países mais protestantes, como Estados Unidos, Inglaterra e Holanda. São pessoas que não têm tanta ligação e isso consigo perceber em boa parte da cidade. Ela continua do mesmo jeito, alguns museus e igrejas estão fechados, mas o ponto de concentração ontem foi mesmo na Praça de São Pedro. Ali tiveram muitas pessoas que vieram prestar suas últimas condolências e ver o que estava acontecendo. A impressão é de que todo mundo soube, levou o 'baque', mas vida que segue. Estive em poucos locais e pode ser que em outros a situação seja outra. Agora, em comparação, estive lá na Inglaterra, em 2022, no mesmo período que estava tendo o funeral da Rainha [Elizabeth II]. Na época também foi totalmente uma coincidência, a segunda morte de pessoa histórica que consigo estar presente, in loco. Quando chegamos lá, a cidade estava literalmente velando o corpo dela. A situação era, não sei se respeitosa é a palavra, mas as pessoas estavam quietas e muitos locais fechados. Pode ser que isso também aconteça no momento que o corpo dele [o papa] comece a ser velado", destacou.
Com sua volta a Londrina marcada para segunda-feira (28), Batista ainda não sabe se pretende acompanhar de perto as próximas etapas do velório, mas acredita que estará presente na visitação ao corpo do pontífice, nesta quarta-feira (23).
Veja imagens narradas por Gulherme Batista:
FERIADO DE PÁSCOA NA ITÁLIA
Dagmar Maciel está em Londrina, mas divide-se entre a Europa e o Brasil. Seu marido é engenheiro na Itália. Ela conta que quando eu acordou, os jornais de lá, que acompanha, só traziam as notícias do papa. Ela mostra a manchete de Il Giornale, as últimas informações do Roma Corriere e outros periódicos.

Maciel explica que, é feriado por lá, e foram cancelados os jogos dos campeonatos de futebol e uma série de agendas culturais em respeito ao falecimento de papa Francisco. A brasileira relata que estava na Itália quando João Paulo II faleceu, em 2005, e foi uma comoção generalizada. "Toda a população ficou em luto por mais de uma semana. As pessoas que tinham mais disponibilidade foram a Roma e enfrentaram filas de doze horas, dezoito horas".
Maciel lembra que a reunião de católicos para se despedir de João Paulo era impressionante. "As filas iam serpenteando sobre a praça São Pedro e seguiam por quilômetros da praça"."Foi algo muito emocionante e, mesmo nas cidades mais distantes, o assunto era só esse, com muitas missas no período e as pessoas muito sensibilizadas. Embora eu não esteja lá neste momento, compartilho do sentimento".
*(Estagiário com a colaboração das repórteres Walkíria Vieira e Jessica Sabbadini.)
** Supervisão de Patrícia Maria Alves (editora).

