Londrinenses fazem parte de júri de prêmio da ONU Mulheres
Natasha Castro e Marina Danielides terão a missão de julgar iniciativas femininas de empoderamento
PUBLICAÇÃO
sábado, 22 de outubro de 2022
Natasha Castro e Marina Danielides terão a missão de julgar iniciativas femininas de empoderamento
Vítor Ogawa - Grupo Folha
As londrinenses Natasha de Caiado Castro e Marina Danielides, ambas graduadas em Comunicação Social pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), fazem parte do júri do prêmio “United Nations Women USA Rise and Raise others Award” (Prêmio ONU Mulheres Uma Sobe e Puxa Outras, em tradução livre).
Para o julgamento foram escolhidas 32 iniciativas, quatro em cada uma das oito categorias, compostas por “Erradicação da pobreza”, “Saúde e bem-estar”, “Educação de qualidade”, “Igualdade de gênero”, “Indústria, inovação e infraestrutura”, “Redução das desigualdades”, “Ação contra a mudança global do clima” e “Paz, justiça e instituições eficazes”.
O júri é formado por cerca de 40 mulheres de vários países que se destacaram em suas áreas e que têm carreira consolidada. A avaliação do grupo representa 50% dos votos e os outros 50% serão submetidos à votação popular.
O prêmio foi criado no pós-pandemia pela ONU Mulheres dos Estados Unidos, uma organização independente ligada à ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo Castro, para escolha dos nomes, cada grupo de empoderamento entrou em contato com as redes internacionais de cada um dos temas, que enviaram os indicados. “Nós fomos fazendo um funil até chegar a esses 32 nomes.” O critério foram os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), estabelecidos pela ONU.
Por causa da pandemia, o comitê escolheu celebrar as conquistas das mulheres que apoiam mulheres e meninas em todo o mundo - e inspiram tantas outras a fazer o mesmo. O prêmio é uma forma de agradecer pelo trabalho desenvolvido, mas também estimular novas iniciativas, e será concedido a mulheres fora de série que se dedicam a empoderar outras.
Castro, que é CEO da Wish International e presidente do júri, relatou que tudo começou quando ela criou uma empresa da área de eventos dentro da empresa de recursos humanos da mãe dela, em Londrina. O negócio cresceu tanto que o Brasil ficou pequeno demais para a empresa. “Abrimos um escritório em Paris e depois abrimos nos Estados Unidos. Me mudei para os Estados Unidos e hoje tenho um escritório em Miami e outro no Vale do Silício. Entrei para o Comitê das Nações Unidas do Vale do Silício e comecei a fazer os eventos deles. Até que me convidaram para fazer parte do quadro da diretoria.”
“Nós temos um grupo de brasileiras que chama ‘Uma sobe e puxa outras’ e em homenagem a esse grupo a ONU resolveu fazer um prêmio com o mesmo nome”, destacou Castro. O objetivo foi homenagear as mulheres que se ajudaram na pandemia. “Nós descobrimos pessoas que tiveram problemas de violência e mulheres usavam alguns ícones ou palavras ou gestos para avisarem as outras pessoas que estavam em perigo. Assim foi se criando um sistema de sororidade. A gente pegou essa cadeia de informações e resolveu falar sobre o assunto”, declarou. “Como a ONU queria fazer esse prêmio, a gente se associou com eles e com a plataforma Makers, que é a maior de empoderamento feminino no mundo hoje.”
Entre as concorrentes há quatro representantes brasileiras: Regina Markus, Carmela Borst, Marienne Coutinho e Carolina Videira.
Markus é professora do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo) e atua na área de cronofarmacologia, liderando grupos de mulheres nos estudos sobre câncer, depressão e Alzheimer. Atualmente, ela desenvolve novas plataformas moleculares de ligantes seletivos e mistos de receptores de melatonina com enfoque nessas áreas.
Borst é CEO, idealizadora e fundadora da SoulCode Academy, Edtech brasileira que tem como propósito combater o desemprego por meio da educação e tecnologia, transformando desempregados em profissionais digitais e fazendo a ponte para a empregabilidade.
Coutinho é sócia-líder de Tax Transformation & Innovation e membro do Comitê de Inovação & Enterprise Solutions da KPMG no Brasil. Ela é co-chair no Brasil da WCD (Women Corporate Directors), uma fundação americana que reúne conselheiras e promove diversidade nos conselhos de administração, e cofundadora do Conselheira 101, programa que fomenta a diversidade racial nos conselhos.
Videira, por sua vez, fundou a Turma do Jiló, com o objetivo de dar às pessoas com algum tipo de deficiência a chance de aprender, crescer e se desenvolver intelectual e socialmente. A associação sem fins lucrativos oferece educação inclusiva às escolas públicas de São Paulo por meio de programas de diversidade.
A votação será realizada até às 12 horas do horário da Califórnia do dia 25 de outubro (16h horário de Brasília) pelo endereço https://lp.constantcontactpages.com/sv/ZV803IR/award. As vencedoras serão reveladas no dia 26 de outubro, durante o fechamento da conferência Makers 2022, que será no hotel Waldorf Astoria Monarch Beach Resort, em Dana Point, na Califórnia, e haverá transmissão ao vivo da premiação pelo site do evento.
BRACELETE
Castro conheceu Danielides quando foi visitar uma feira para comprar um brinco. E dessa história surgiu o troféu, que precisa estar ligado aos 17 pilares da ODS, estabelecidos pela ONU. “Eu estava em Londrina e já tinha recebido propostas de vários artistas que participaram da seleção. Quando fui pagar a Marina, vi que estava escrito que o produto é sustentável e pedi para que ela me contasse mais sobre aquilo. Vi que ela tinha todos os requisitos para levar o projeto dela para participar da seleção que iria escolher o troféu a ser entregue ao prêmio.”
Castro a convidou a participar da seleção e, no mesmo dia, Danielides elaborou o projeto, mandou para a comissão organizadora. “Eu cheguei em casa supercansada naquele dia e sem referência alguma. E a coisa brotou. Criei um bracelete bastante conceitual para essas mulheres, feito em alumínio 100% reciclado artesanalmente. Fiz o desenho em um papel qualquer, que nem era papel de desenho. Entrei em contato com a Natasha para ela poder apreciar se era esse o caminho e ela pediu para elaborar o conceito do desenho em inglês.”
Pequena empreendera, Danielides começou a trabalhar com joias há dois anos. “Sempre amei isso, porque foi o que possibilitou uma virada na minha vida. Eu sempre trabalhei com marketing, porque sou especialista em marketing imobiliário. O fato desse bracelete ter sido aceito como prêmio foi uma grande surpresa mesmo. Eu me sinto honrada.”
Receba nossas notícias direto no seu celular. Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.