A manifestação contra o governo Bolsonaro foi realizada em diferentes estados do País. Programada para este sábabo (24), cidadãos de Londrina marcaram presença no quinto ato oficial de mobilização e que teve como principais reivindicações, segundo populares ouvidos, vacina para todos e auxílio emergencial.

"Que contradição. Tem dinheiro para milícia, mas não para a Educação", fez coro.
"Que contradição. Tem dinheiro para milícia, mas não para a Educação", fez coro. | Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

A nutricionista Giselle Ferreira Barrinuevo, 39 anos, considera que o protesto é relevante. "Temos um governo negacionista que ajudou a matar milhões pelo Covid-19. Além disso, o meu protesto também é contra a corrupção, a miséria, o descaso com a saúde pública e por todas as pessoas que não podem estar aqui eu trago o meu grito. Moradora do Jardim Bandeirantes, região oeste de Londrina, Barrinuevo pensa que cada cidadão presente é único e fortalece o sentimento de indignação. "Assim como a vida , como cada família e os sofrimentos por detrás do descaso que fez com que se estabelecesse um caos em nosso País", reflete.

Estudantes, autônomos e 45 entidades se uniram ao protesto
Estudantes, autônomos e 45 entidades se uniram ao protesto | Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Acompanhado de mais de 40 pessoas oriundas de Arapongas, o agricultor Pedro José, 35 anos, integra o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. Descrente com as ações e sem perspectivas em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, o agricultor expõe seus anseios. "Estamos aqui para reivindicar direitos como a vacina, a reforma agrária e o mínimo como alimentação".

Em patrulhamento na região central, dois policiais em uma viatura informaram que não tinham conhecimento sobre o evento. Organizado pelo Comitê Central Geral e articulado com mais de 45 entidades sindicais, frentes partidárias, sociais e pastorais, a concentração do protesto teve início às 15 horas em frente ao Teatro Ouro Verde, localizado na avenida Paraná, popularmente chamada de Calçadão. De acordo com Padre Dirceu Fumagalli, 61 anos, a expectativa é reunir 1500 pessoas. "A liberdade de expressão é reconhecida pela Constituição e escolhemos esse horário porque muitas pessoas trabalham no sábado e encerraremos antes de escurecer". A passeata seguiu pela rua Pernambuco com destino ao Zerão, ponto de lazer da cidade.

Comissão Sanitária levou álcool, máscaras e reforçou a necessidade de protestar com segurança
Comissão Sanitária levou álcool, máscaras e reforçou a necessidade de protestar com segurança | Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Fumagalli aponta que mais de 500 municípios se organizaram para a manifestação contra o governo federal. "Nesse período de pandemia houve manifestações de massa, mas também gestos como a recente iluminação com velas na Concha Acústica que foi uma forma de se solidarizar com tantas vidas perdidas. Fumagalli considera que as manifestações têm produzido efeitos. "A pressão que temos feito e a vacinação em mais pessoas é um exemplo". E acrescenta: "Bolsonaro não tem como alegar que não existe descontentamento e tem percebido sua contradição à medida que as pessoas vão se vacinando".

Do ponto de vista da assistente social Maria Giselda de Lima, 58 anos, o presidente não corresponde a suas responsabilidades. Está comprovado cientificamente a necessidade da vacina e ele não assume que lá atrás já poderia ter comprado e imunizado a população e evitado tantas mortes. Então, Bolsonaro carrega nas costas mais de 500 mortes. Isso ele não pode negar", ratifica.

MARINGÁ TAMBÉM FOI ÀS RUAS

Em Maringá, onde a concentração começou às 14h, há a presença de manifestantes do MST da região, chamados de Frente de Luta Campo e Cidade, além dos sindicatos, juventude comunista e ativistas LGBTQIA+. A organização calcula que pelo menos duas mil pessoas participem do ato.

Vilmar, conhecido como "Ninja”, fala em nome do acampamento Canaã. em Peabiru. "Estamos mais uma vez em Maringá, representando nosso sentimento, em mais um protesto ‘Fora Bolsonaro’, é um homem que deixou morrer mais de 500 mil pessoas, mais de 14 milhões de desempregados, quatro milhões (de pessoas) passando fome. Espero que todo o Paraná e o nosso país se junte a este protesto. Poderemos chegar até ao impeachment do presidente Bolsonaro, que temos até vergonha de dizer que é nosso presidente”, afirmou.

(Colaborou Luís Fernando Wiltemburg)