Uma jovem de 28 anos que retornou da Alemanha e passou a sentir os sintomas da gripe pode representar o primeiro caso do novo coronavírus registrado em Londrina. De acordo com boletim da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) divulgado na tarde desta segunda-feira (2), outros seis casos em todo o Estado são considerados suspeitos e estão aguardando o resultado dos testes.

Caso suspeito foi identificado na noite deste domingo no Hospital Universitário. Confirmação pode sair nesta semana.
Caso suspeito foi identificado na noite deste domingo no Hospital Universitário. Confirmação pode sair nesta semana. | Foto: Vitor Struck/Grupo Folha

Dos sete casos em análise, três são de pacientes de Curitiba, dois de Maringá e um de Cascavel, além da jovem londrinense, e correspondem a pessoas que visitaram países como França, Itália, Malásia, Tailândia e Alemanha. Também de acordo com o boletim, outros nove pacientes com suspeita de coronavírus que realizaram exames entre os dias 28 de janeiro e 27 de fevereiro tiveram o diagnóstico descartado para a doença e confirmado para outros tipos de gripe, como Influenza e H3N2.

A Secretaria Municipal de Saúde de Londrina convocou na tarde desta segunda-feira (2) uma coletiva de imprensa para explicar quais medidas serão tomadas. Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a mãe da paciente também foi orientada a permanecer em casa, assim como os demais familiares que tiveram contato com ela. Um pedido à Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) também deve ser feito para que uma lista com os nomes dos passageiros que estão retornando de países que contam com a presença do novo vírus seja encaminhada semanalmente à Secretaria.

Imagem ilustrativa da imagem Londrinense de 28 anos pode ter contraído coronavírus na Alemanha
| Foto: Vitor Struck

Enquanto isso, as equipes da saúde aguardam o resultado dos exames para confirmarem ou descartarem o diagnóstico na paciente de Londrina. A expectativa é que a análise pelo Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná) fique pronta em até cinco dias. Uma contraprova pode ser solicitada em um dos três laboratórios credenciados pela Sesa.

No HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), unidade de referência regional para o encaminhamento de pacientes com os sintomas, um protocolo de atendimento vem sendo colocado em prática já há cerca de dois meses e inclui o uso de máscaras pelos servidores que realizam a triagem. “Articulamos um protocolo interno desde a porta de entrada, portaria, recepção e classificação de risco, e temos a equipe médica especializada em infecto da Unidade de Moléstias Infecciosas que, junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Epidemiologia, sedimentou um protocolo, treinou todas as equipes, desde a área de apoio à equipe de atendimento médico”, explicou a superintendente do HU, Vivian Feijó.

No caso do atendimento da noite de domingo (1), a jovem de 28 anos foi orientada a aguardar do lado de fora do Pronto-Socorro e foi encaminhada diretamente para o isolamento da emergência.

“Quanto menos pessoas transitarem ou estiverem em contato, melhor. Então, é esperado que três pessoas, ou seja, o docente responsável, o médico residente e o enfermeiro responsável prestem o atendimento. Entrou, foi atendida em isolamento, realizou um raio-X, estava em posse já do hemograma, foi orientada e o médico infectologista de plantão esteve no hospital e fez os contatos com a vigilância de Curitiba”, explicou.

A chegada do novo coronavírus em Londrina já era esperada pela Secretaria de Saúde e, por enquanto, "não há motivo para pânico", salientou a diretora da 17ª Regional de Saúde, Maria Lúcia Lopes. De acordo com ela, se for necessário, o governo do Paraná deve ajudar financeiramente os municípios na compra de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Também de acordo com a diretora, os hospitais da Zona Norte e Zona Sul já têm um plano de contingência. "Já sabemos que 90% das pessoas vão passar por esse processo sem grandes problemas, vão passar por uma gripe comum, em torno de 8% é possível que precisem de uma internação hospitalar e se não houver necessidade de uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) essas pessoas serão acolhidas no Zona Norte e Zona Sul", avaliou.

Segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde, o Brasil tem 433 casos suspeitos do Covid-19 e duas confirmações no estado de São Paulo, um senhor de 61 anos e um homem de 32.