Depois que o Exército anunciou que apenas três dos 16 municípios que se dispuseram a sediar a nova Escola de Formação de Sargentos seguiam na disputa, Londrina retomou a perspectiva de sediar a instituição de ensino militar. Até então a definição do local estava prevista para ser anunciada até agosto e estavam na disputa Ponta Grossa (Campos Gerais), Santa Maria (RS) e Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (PE).

De acordo com participantes do encontro,  o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira foi "muito receptivo" à proposta de Londrina
De acordo com participantes do encontro, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira foi "muito receptivo" à proposta de Londrina | Foto: Amauri Escudeiro/Assessoria Deputado Filipe Barros

Tentando reverter esse quadro, uma comitiva de lideranças políticas e empresariais londrinenses se reuniu nesta quarta-feira (14) com o Alto Comando do Exército, no Ministério da Defesa em Brasília.

O reitor da UniFil, Eleazar Ferreira, que participou da reunião, disse que o encontro foi positivo. “Deixamos claro que já temos solução para disponibilizar os 2,5 mil alqueires necessários para instalação da Escola de Sargentos. A parte financeira para aquisição da área está resolvida, o que representa um grande passo para Londrina pleitear o empreendimento”, disse o reitor.

Ferreira destacou que o Alto Comando do Exército, representado pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, foi "muito receptivo" à proposta de Londrina. “A reunião reacendeu a esperança, tanto que a decisão sobre a futura sede da Escola de Sargentos foi postergada para outubro”, informou.

Anteriormente, o anúncio do município escolhido estava programado para agosto. De acordo com ele, outra boa notícia é que houve uma manifestação da AGU (Advocacia-Geral da União) dizendo que é possível separar uma área de terras em Londrina para a escola com agilidade.

“Londrina está perfeitamente enquadrada para receber o empreendimento, atendendo todos os requisitos analisados pelo Alto Comando”, destacou Ferreira, que ressaltou que o Exército deve vir a Londrina no dia 14 de agosto para fazer uma vistoria na cidade.

Outro participante da reunião foi o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil Paraná Norte ), Sandro Nóbrega. "Vamos lutar até o último minuto para que essa escola superior vá para Londrina. Nós vamos ter melhoras na questão do emprego da nossa cidade. Vamos ter prosperidade para a população e nós queremos essa qualificação toda para nós. É uma escola de ensino superior"

A presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Marcia Manfrin, considerou a reunião "produtiva". "Enquanto o Exército não tomar uma decisão, não vamos desistir. A Escola de Sargentos é importante para o desenvolvimento da nossa cidade porque vai receber aproximadamente 5 mil alunos que vão estabelecer residência e usufruir de toda a estrutura da cidade, injetando recursos importantes na economia local”.

O diretor presidente da SRP (Sociedade Rural do Paraná), Antonio de Oliveira Sampaio, a instalação da Escola do Exército na cidade é "muito relevante, então essa é uma das razões principais por que muitas cidades estão lutando por ela". "É uma coisa tão boa que muita gente quer e está sendo bem disputada e tem mesmo que ser assim. Cada cidade vai lá lutar pelos seus interesses. Isso é justo e é válido."

O presidente da Aapomil (Associação de Apoio aos Policiais Militares de Londrina e Região), Raul Vinícius Alves Babugia, ressaltou que a capacitação das Forças Armadas, assim como a capacitação de qualquer servidor, é extremamente importante. "A partir do momento que você centraliza aqui na cidade de Londrina uma escola dessas, você vai atrair mais pessoas, vai atrair famílias e vai movimentar economicamente a cidade", destacou.

Lúcio Kamiji, vice-presidente do TI (Sindicato da Indústria da Tecnologia da Informação) Paraná, afirmou que consultou a diretoria sobre o tema. "Disseram que estamos no páreo e que pode ser que consigamos ter a escola aqui ainda", apontou.

O deputado federal Filipe Barros (PSL) ressaltou que a reunião no Ministério da Defesa sobre a possibilidade da vinda da Escola de Sargentos a Londrina foi "extremamente positiva". "O objetivo da reunião foi demonstrar que Londrina tem os melhores índices técnicos e os melhores números e é certamente a melhor cidade em todos os aspectos para receber a Escola de Sargentos."

Sobre a área que seria destinada pela AGU, Barros explicou que o advogado-geral da União, André Mendonça, que foi recentemente indicado pelo presidente Jair Bolsonaro à cadeira do Supremo Tribunal Federal, vai ajudar a viabilizar a área.

"Ele (Mendonça) iniciou a carreira em Londrina e tem nos ajudado muito nesse processo de escolha do Exército para que Londrina seja a nova sede da Escola de Sargentos. Nesse contexto, o ministro André Mendonça colocou o doutor Tércio Tokano, Advogado Geral Adjunto da União, na reunião e é ele quem vai cuidar de toda a parte jurídica e viabilizar a parte jurídica com o Exército", destacou.

"O doutor André Mendonça deixou claro o carinho que tem com a cidade de Londrina e é um grande entusiasta da nossa cidade, que vai fazer o possível para apoiar Londrina e dará segurança jurídica que o Exército precisa para tomar a decisão", declarou Barros.

A Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) apoia a vinda do investimento para o Paraná, mas não se posicionou no momento em relação ao local que deve recebê-lo. Já o governo estadual afirmou por meio de sua assessoria que não tem influência alguma no processo e que é o Exército que seleciona as cidades finalistas.

O investimento estimado na instalação é de cerca de R$ 1 bilhão. Depois de pronta, a escola formará 2,5 mil sargentos por ano e reunirá na cidade-sede um grande número de oficiais, instrutores e familiares, com movimentação de R$ 7 bilhões no período de 10 anos.