O município de Londrina registrou no boletim desta terça-feira (25) mais 11 mortes e 382 casos confirmados de Covid-19, a maior quantidade de confirmações da última semana. Agora a cidade possui um acumulado de 1.414 mortes e 56.271 casos confirmados da doença. São 675 casos ativos, dos quais 444 estão em isolamento domiciliar e 231 estão internados. São 123 internados na UTI e 108 na enfermaria.

 O HU encontra-se com 41 pacientes aguardando uma vaga de UTI adulto.
O HU encontra-se com 41 pacientes aguardando uma vaga de UTI adulto. | Foto: Sérgio /Grupo Folha

A diretora clínica do Hospital Universitário (HU) de Londrina, a médica Luiza Kazuko Moriya, afirmou que a situação da UTI voltou ao pico da curva de Gauss (curva de densidade). "Só que a medida que o tempo passa, as dificuldades vão se apresentando simultaneamente", ressaltou. Ela apontou que houve períodos sem estrutura física suficiente para acomodar todos, depois ausência de bicos de gases para oxigenar ou ventilar os pacientes, após isso houve falta de EPIs como máscaras, aventais, depois álcool, depois equipamentos de ventilação mecânica, depois profissionais médicos, de enfermagem, fisioterapeutas começaram a se tornar escassos. "Depois medicamentos para sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular, que sempre foram utilizados por nós na pré intubação no centro cirúrgico e que se tornaram conhecidos e famosos de uma hora para outra e escassos, ao mesmo tempo. E todos esses insumos tiveram acréscimo de duzentos, quinhentos, mil porcento. Assim há também carência financeira, pois a saúde pública se tornou muito onerosa", destacou.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina tem 11 mortes e 382 confirmações de Covid e diretora clínica do HU desabafa

"Depois tivemos que cancelar cirurgias eletivas pela falta de retaguarda de Enfermarias, de UTIs, todos ocupados por pacientes Covid. E também por falta de anestésicos. Então, estamos numa fase em que todas essas carências coexistem.", apontou. "Não sabemos da participação de novas cepas ainda, mas nitidamente sabemos dos reflexos das aglomerações. Esse aumento de doentes ao mesmo tempo é tragédia anunciada após datas comemorativas, independente de novas cepas que chegarão sim entre nós. É questão de tempo." Ela explicou que nesse estágio em que não há vacinas para todos, jovens, pais e mães de família, gestantes estão sendo acometidos de forma grave, com possibilidade de óbito em uma parcela significativa festa faixa etária que teria ainda o dobro ou o tripo da sua idade em anos para serem vividos.

"Não sabemos mais como atingir a população para fazê-los entender que a responsabilidade é de cada um. Cada indivíduo pode fazer diferença para o bem ou para o mal. Não dá mais para pensar que a responsabilidade é do Governo, das Secretárias de Saúde, do Ministério da Saúde, dos hospitais, da indústria farmacêutica, do vizinho", criticou.

QUADRO GERAL

Atualmente há 25.907 casos confirmados entre os homens (46%) e 30.364 entre as mulheres (54%). Na segmentação por faixa etária há 23.469 casos em pessoas com idade entre 20 e 39 anos; 18.784 casos entre pessoas de 40 a 59 anos; 8.696 registros com pessoas com 60 anos ou mais; 3.857 casos entre jovens de 10 a 19 anos; e 1.465 entre crianças de nove anos ou menos.

A média móvel dos últimos sete dias voltou a subir e está em 277,1 casos. Dos 177.204 testes realizados ainda há 81 aguardando exames e 113.852 registros descartados. Sobre a ocupação de leitos, dos 1.209 leitos de enfermaria SUS e Privado, 730 estão tomados (60%). Dos 339 leitos de UTI Geral, 299 estão com pacientes (88%). Dos 71 leitos pediátricos de UTI Geral há 42 com crianças (59%). Dos 196 leitos de enfermaria Covid SUS, 178 estão tomados (91%). Na UTI Covid SUS, dos 146 leitos, há 142 com pacientes (97%). Dos 14 leitos de UTI Covid Pediátricos há dois com crianças (14%).

A direção do HU de Londrina informou que nas enfermarias exclusivas para Covid a taxa de ocupação dos leitos de internação é de 86%; a taxa de ocupação dos leitos de Terapia Intensiva Adulto, exclusivos para a Covid é de 107%; e nos leitos exclusivos para Covid em unidade de Terapia Intensiva Pediátrica a taxa de ocupação é 45%. O HU encontra-se com 41 pacientes aguardando uma vaga de UTI adulto.

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