Um ranking que mede indicadores de água e esgotamento sanitário realizado com os 100 maiores municípios brasileiros aponta que Londrina e as outras quatro maiores cidades do Paraná continuam ocupando colocações de destaque. A cidade saltou da 15ª posição para a 13ª, atrás de Ponta Grossa (9ª), Cascavel (7ª) e Maringá (3ª). Já Curitiba caiu cinco posições e aparece na 17ª.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina sobe duas posições em ranking nacional de saneamento básico
| Foto: Arquivo FOLHA

Para o gerente geral da Região Nordeste da Sanepar, Rafael Malaguido, os bons resultados mostram a qualidade técnica dos colaboradores e gestores tanto do setor operacional quanto administrativo da estatal. Atualmente, todas as 345 cidades do Paraná atendidas pela Sanepar contam com 100% da população urbana abastecida com água potável e 74,2% desta população têm acesso à rede coletora de esgoto.

Em Londrina, 94% dos moradores da área urbana contam com a rede coletora de esgoto sendo 100% tratado. À FOLHA, Malaguido ponderou que ainda existem grandes “desafios” especialmente nas cerca de 70 ocupações irregulares do município. Mas comemorou investimentos na ordem de R$ 50 milhões nos últimos cinco anos na cidade com a inauguração de três novos reservatórios e R$ 60 milhões na rede de esgoto.

Questionado se na próxima revisão tarifária da Sanepar, marcada para 2021, os usuários poderão esperar uma queda na tarifa ou pelo menos estabilidade, o gerente afirmou que isso é discutido frequentemente e dependerá, também, dos resultados apresentados junto à Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná).

“Nós tratamos disso diariamente com todos os nossos colaboradores e pessoas que fazem parte da gestão da Sanepar, que a eficiência da empresa gera lá na frente, durante a Revisão Tarifária Periódica, onde nós apresentamos os resultados da Sanepar, a Agepar define se nós teremos condições de baixar o valor. Mas a Sanepar atua sempre inovando todos os seus processos, tanto administrativos quanto operacionais”, disse.

A última revisão da tarifa, em 2017, foi de 25,63% com parcelamento em oito anos e correção pela taxa Selic (taxa de juros do Banco Central). Já em março de 2019, a Sanepar solicitou reajuste anual e antecipação da quitação do parcelamento e em abril Agepar homologou reajuste de 12,12% referente ao ano de 2017.

De acordo com o levantamento da Trata Brasil, a tarifa cobrada no Paraná varia entre R$ 4,65/m³ em Cascavel e R$ 4,88/m³ em Curitiba. Londrina aparece com R$ 4,70/m³. Já Santos, que ocupa o primeiro lugar do ranking, o custo médio do metro cúbico é R$ 3,92 e Uberlândia R$ 1,79.

Além disso, as três cidades dentre as 20 melhor posicionadas e que são atendidas pelo setor privado, Niterói (RJ), Limeira (SP) e Petrópolis (RJ), somam 1,1 milhão de habitantes. Enquanto as 17 mais bem colocadas e atendidas pelo setor público ultrapassam 21 milhões de habitantes. A tarifa mais cara é cobrada em Gravataí (RS), R$ 7,51. Porém, a cidade ocupa a 94ª posição.

No ano passado, a Sanepar foi mencionada em um estudo do Ministério da Economia realizado com todas as estatais de saneamento básico. De acordo com o governo federal, entre 2010 e 2017, o valor aplicado em salários cresceu 139,2%, índice acima do usado na ampliação e melhoria nos serviços, que foi de 121,67%. As 25 estatais gastaram R$ 68,1 bilhões em salários no período, contra R$ 59,7 bilhões em melhorias nos serviços. Ao todo, a Sanepar possui mais de 10 mil funcionários. Sobre este tema, o gerente geral Rafael Malaguido não foi questionado pela reportagem. À época, a Sanepar afirmou que houve despesa extraordinária em 2017 por conta do Programa de Aposentadoria Incentivada.

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