Londrina se recolhe para evitar disseminação de vírus

O primeiro fim de semana de quarentena mudou por completo a rotina da cidade. Sem missas e cultos na manhã deste domingo (22), os costumeiros fiéis - que davam aquela passadinha na feira livre da Avenida São Paulo antes da benção - também não deram as caras por lá. O único contraponto para o vazio nas ruas do centro de Londrina foi o Lago Igapó. Com um dia ensolarado, em número bem menor, algumas pessoas ainda se arriscaram para caminhar, correr e andar de bicicletas para aliviar o estresse provocado pelas últimas notícias do avanço do coronavírus pelo Brasil.

Mas mesmo os que se arriscaram um pouco mais para sair de casa foram surpreendidos pelas sirenes do Corpo de Bombeiros. O recado sonoro que já havia espantado os boêmios na sexta-feira e sábado à noite, voltou a circular no domingo e dispersou também parte do grupo 'geração saúde'', que precisou voltar mais cedo para casa. "Eu tenho medo sim. Mas precisava dar uma corridinha para relaxar, mas já estou voltando para casa" disse a vendedora autônoma, Marliane Banach. Questionada sobre a ação dos bombeiros, a corredora elogiou: "Eles estão certos, nós que não."

O cenário de um domingo com ruas, parques e praças mais vazias mostrou que o protocolo exigido pelas autoridades começa, pouco a pouco, a ser entendido e atendido pelos londrinenses. A última feira livre dominical da quarentena teve movimento bem menor, inclusive de feirantes. A dona de casa Alice Kajima, 58 anos, explicou que foi abastecer a geladeira para enfrentar o resguardo em casa. "É um hábito vir a feira. Se não fosse aqui, teria que ir no supermercado de qualquer forma. Preferi aqui porque ainda é um ambiente aberto e vou direto rapinho nas bancas de verduras que estou acostumada, mas estou evitando sim aglomeração." respondeu.

As medidas restritivas também deixaram rodoviária e aeroporto de Londrina completamente desertos. Apenas as lanchonetes abertas, sem muitos clientes. Com os shoppings fechados deste sexta-feira também poucos carros e ônibus circularam no domingo antecipando o reflexo na economia antes desta segunda-feira, quando praticamente tudo para. Temporariamente, as chegadas e partidas estão quase interrompidas, os passeios foram prorrogados e a rotina dentro de casa já ganha outro significado com mudanças de hábito diante da pandemia.

O Aterro do Lago Igapó - sempre repleto de pessoas - e as quadras esportivas da cidade também ficaram vazios. Londrina se recolhe e o silêncio nas ruas, durante o dia e a noite, causa estranhamento à população recolhida que sempre esteve habituada aos movimentos e ruídos da vida urbana.