Embora a primeira dose da vacina contra a Covid-19 tenha alcançado o público geral acima dos 22 anos e mais de 140 mil londrinenses estejam completamente imunizados, o município vem registrando um avanço no número de novos casos da doença e crescimento na taxa de ocupação dos leitos de UTI. O cenário epidemiológico do final desta semana é uma confirmação do avanço da variante delta. Conforme dados divulgados pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), o Paraná confirmou 59 casos da variante e 20 óbitos. Estes resultados foram encontrados em um contingente de apenas 789 amostras analisadas pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Imagem ilustrativa da imagem Londrina registra novo avanço de casos de Covid-19
| Foto: José Fernando Ogura/AEN

Somente nos últimos três dias, 752 novos casos e 12 óbitos em decorrência de complicações causadas pela Covid-19 foram confirmados em Londrina, o que elevou a média móvel de novos casos diários para 188,3. A média móvel há duas semanas era de 106 novos casos por dia.

Para o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, é possível avaliar que a média de óbitos na cidade tenha atingido a "estabilidade", por conta do avanço na vacinação. Entretanto, há uma parcela da população que vem encarando as notícias positivas como sinônimo de que a pandemia chegou ao fim, relaxando nas medidas de proteção. "São duas coisas diferentes", lembrou.

"O cenário é muito dinâmico, ainda mais agora que o Paraná decretou a transmissão da variante delta, que é muito mais infecciosa, com poder de contágio muito mais forte. O momento não é de baixar a guarda, mesmo aquelas pessoas que já se vacinaram com as duas doses", avaliou.

Conforme os dados da Saúde, Londrina atingiu 74.243 casos e 1.963 óbitos em decorrência da Covid-19. Além disso, a ocupação dos leitos de UTI Covid adulto da rede pública, que permanecia abaixo de 80% desde o dia 16 de julho, voltou a subir. Com a queda na demanda de pacientes com quadros respiratórios graves em decorrência da doença, o município chegou a desativar parte dessas unidades. O município passou a contar com 114 leitos na rede pública, 32 a menos na comparação com a primeira quinzena de julho. Nesta quinta-feira, 82% estavam ocupados.

TERCEIRA DOSE

Na manhã desta quinta-feira, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, afirmou que o Paraná vai seguir as recomendações do governo federal sobre a aplicação da terceira dose em idosos com mais de 70 anos que tenham recebido a segunda há pelo menos seis meses, além de imunossuprimidos (portadores de HIV/transplantados) que tenham tomado a segunda dose há 28 dias. A expectativa é que esse processo tenha início em 15 de setembro, segundo o ministro, Marcelo Queiroga. Além disso, haverá a redução do intervalo de aplicação da segunda dose de imunizantes da Pfizer e AstraZeneca, de 12 para 8 semanas.

"Isso é uma pactuação que ocorre entre Ministério, estados e municípios e ela passa a fazer parte do cronograma de vacinação nacional, não sendo facultado, ou pelo menos, não sendo adequado tecnicamente municípios destoarem desta indicação. Estamos só aguardando que o Ministério providencie a logística e a disponibilidade de insumos e vacinas para que possamos cumprir o nosso papel aqui na ponta", avaliou.

Embora alguns estados, como o Maranhão, estejam apresentando maior autonomia na gestão desta medida, os gestores de saúde dos municípios paranaense ainda não se reuniram para tratar do tema de maneira oficial. Em São Luís (MA), a aplicação da terceira dose teve início nesta quinta-feira pelos idosos que moram nas ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos).

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