Uma adolescente foi morta a tiros na madrugada desta sexta-feira (25) dentro da própria casa no Residencial Flores do Campo, zona norte. O suspeito do assassinato é o ex-namorado dela, Renan Bueno Fogagnollo, 23. Familiares da jovem relataram que ele invadiu a casa e desferiu tiros contra a ex-companheira. Ele está foragido.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina registra mais uma morte por violência de gênero
| Foto: Divulgação/PCPR

Segundo a Polícia Militar, o padrasto da vítima relatou que o ex-namorado chegou ao quintal da casa jogando um tijolo na porta dos fundos e gritando pelo nome da vítima. Fogagnollo teria atirado para o alto e em seguida arrebentado a porta dos fundos da cozinha. Ele teria entrado na casa com um revólver avisando que mataria a adolescente. A PM conta que o padrasto não conseguiu impedi-lo.

A jovem teria se escondido no quarto, mas, segundo a PM, ele atirou na porta, conseguindo entrar. Desferiu mais tiros e fugiu pela porta que tinha arrombado. Mãe e padrasto da adolescente estavam na casa.

Segundo a família da jovem, Fogagnollo não aceitava o fim do relacionamento. O caso segue com a delegada Magda Marina Hofstaetter, da Delegacia da Mulher, que ouviu testemunhas na tarde desta sexta.

A vítima entra na estatística junto de 4.936 mulheres que foram mortas no País, conforme dados de 2017 do Atlas da Violência. O estudo, divulgado neste ano, mostrou um aumento no número de assassinatos de mulheres: 13 por dia. Dessas, 53% foram vítimas de armas de fogo e 28,5% foram assassinadas dentro da própria casa, assim como a jovem.

O feminicídio passou a ser agravante em casos de assassinatos de mulheres há quatro anos no Brasil. Trata-se do homicídio contra a mulher por razões da condição de ser mulher, conforme pontua a legislação. Dados do MPPR (Ministério Público do Paraná) apontam para 110 inquéritos policiais relacionados a feminicídios entre 1º de janeiro e 16 de julho deste ano.

JUSTIÇA

Renan Fogagnollo foi preso em junho deste ano por tráfico de drogas pela Guarda Municipal. Teve a prisão em flagrante revogada na audiência de custódia, mediante a condição de uso da tornozeleira eletrônica. Durante a audiência, ele contou que morava há quatro meses com vítima na Vila Brasil, a quem chamou de "esposa". Fogagnollo trabalhava em um bar também na região. Com o casal moravam ainda duas crianças, de 3 e 4 anos, irmãos da jovem.

Neste mês, ele se mudou para o Jardim Primavera (zona norte) e ela foi para o Flores do Campo. Quando ia à casa da namorada, na ocupação, Fogagnollo saía da área de cobertura da tornozeleira eletrônica, registrando infrações. Por conta disso, no dia 2, a advogada do suspeito e o Ministério Público pleitearam à Justiça que revogar o uso da tornozeleira não traria nenhum prejuízo.

Segundo o documento, por se tratar de um lugar de invasão onde o fornecimento de eletricidade era irregular com longos períodos sem energia elétrica na residência, a defesa do rapaz disse que ele precisava se deslocar para a casa do vizinho para carregar o aparelho. A advogada também sustentou que ele estava prestes a obter um novo emprego. A Justiça acatou e no dia 11 ele deixou de usar a monitoração eletrônica.