O número de casos confirmados da covid-19 em Londrina subiu para 12 neste domingo (29). No entanto, conforme explicou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, é possível estimar que a subnotificação de casos obedeça a relação de sete desconhecidos para cada caso confirmado. “Moral da história, temos quase 100 pessoas em Londrina”, alertou o prefeito Marcelo Belinati (PP).

Secretaria de Saúde estima que para cada um dos 12 casos já confirmados, existam outros sete ainda desconhecidos
Secretaria de Saúde estima que para cada um dos 12 casos já confirmados, existam outros sete ainda desconhecidos | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo FOLHA

Outro dado local preocupante é que o número de pacientes internados em Londrina com problemas respiratórios graves, com suspeita da doença, subiu de 54 para 63. Nove são crianças e duas delas necessitam dos cuidados de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Já dos 54 adultos, 14 estão internados em leitos de UTI. “São pacientes que têm uma síndrome respiratória aguda grave, que é caraterístico de coronavírus”, explicou Belinati.

Dos 12 pacientes com diagnósticos confirmados para a doença, quatro permanecem internados, seja na rede pública de saúde ou privada, e oito mantêm a recomendação de permanecerem em isolamento domiciliar. “Tem uma paciente sendo monitorada na UTI em estado instável e os outros três em acompanhamento hospitalar”, explicou Felippe Machado.

Também de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, uma jovem de 24 anos está entre os três pacientes recém-diagnosticados com a covid-19. Os outros dois são homens que têm 56 e 60 anos. Ao todo, 234 suspeitas registradas em Londrina tiveram o diagnóstico do Lacen (Laboratório Central do Estado) descartado para o coronavírus e os resultados de outros 66 exames ainda são aguardados.

MARATONISTA

Para alertar ainda mais os londrinenses, o prefeito destacou a morte de um advogado de 26 anos registrada em São Paulo neste fim de semana, como forma de desmentir àqueles que acreditam que o coronavírus é uma doença letal apenas para idosos. "Ele corria maratona e morreu do coronavírus. Nos Estados Unidos morreu uma criança de um ano”, lamentou.

Questionado pela FOLHA se empresas de Londrina estariam contrariando um projeto de lei já aprovado no Senado e tentando exportar produtos hospitalares como forma de aumentar seus lucros, a Prefeitura informou que ainda não era possível avaliar. A restrição em exportar este tipo de material - luvas cirúrgicas, máscaras, álcool em gel e roupas hospitalares, vale durante o estado de emergência de saúde pública, até o dia 30 de dezembro, e o Ministério da Saúde confirmou que 271 pedidos de exportação vindos de todo o País já foram interceptados pela receita Federal. "Nós tivemos conversas com empresas e eles foram solícitos, mas o Ministério da Saúde está atuando neste sentido, até porque o Brasil vai passar por essa pandemia e nós vamos precisar destes EPIs (Equipamentos de Proteção Individual)", explicou Felippe Machado.

Por conta de um decreto municipal, a Prefeitura de Londrina pode requisitar uma compra direta, ou seja, sem licitação, destes produtos de empresas locais, um processo que está sendo coordenado pela Secretaria de Gestão Pública.

PRAZO

Questionado sobre o fim do isolamento social, Belinati voltou a citar exemplos de outros países para alertar quem ainda duvida da gravidade da situação. “O mundo inteiro, líderes da Itália, Espanha, África. O presidente do México que voltou atrás, da Índia, todos fazendo a mesma orientação porque os cientistas e especialistas em infecções viram que a única maneira de achatar a curva de casos é fazendo o isolamento social", ratificou.

(Atualizada às 20h50)