Londrina Matsuri movimenta mais de R$ 4 milhões
Estimativa da organização é que cerca de 27 mil pessoas passaram pelo Parque Ney Braga nos três dias de evento
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domingo, 08 de setembro de 2024
Estimativa da organização é que cerca de 27 mil pessoas passaram pelo Parque Ney Braga nos três dias de evento
Douglas Kuspiosz - Reportagem Local
A 20ª edição do Londrina Matsuri animou a cidade nos últimos dias, trazendo diversos elementos da cultura oriental para o Parque de Exposições Ney Braga. Tecnologia, inovação, workshops, arte, cultura e (muita) gastronomia marcaram os três dias do evento, que começou na sexta-feira (6) e seguiu até este domingo (8).
A todo momento uma nova atração subia aos palcos Sakura, Himawari e Hanabi. As apresentações foram diversas, dos taikos (tambores japoneses) à dança contemporânea.
Segundo dados preliminares da organização, mais de 27 mil pessoas passaram pelo Matsuri, garantindo um movimento de mais de R$ 4 milhões nos três dias. Foram 150 expositores. O impacto do evento é tão grande que muitas pessoas da RML (Região Metropolitana de Londrina) aproveitaram o final de semana ensolarado para conferir as atrações da feira.
Coordenador-geral do Londrina Matsuri, Luiz Shiroma aponta que a edição de 2024 superou as expectativas da organização. Uma das preocupações neste ano foi, também, dialogar com o aniversário de 90 anos de Londrina.
“O Londrina Matsuri nasceu para isso, para a integração de culturas”, afirma Shiroma, que cita a presença da cultura oriental entre os jovens, sobretudo o k-pop, que teve espaço na programação. O investimento do Grupo Sansey, entidade cultural e beneficente, sem fins lucrativos, é de R$ 500 mil para a realização do evento.
Uma das principais atrações foi o dublador Guilherme Briggs, que conversou com o público na sexta. Segundo o coordenador, foram mais de cinco mil presentes no dia. Outro destaque foi o Matsuri Games, que trouxe uma série de atividades interativas para o público, dos óculos de realidade virtual aos fliperamas.
COMUNIDADE COSPLAYER
O calorão de 37° C não afastou os cosplayers, que levaram inúmeros personagens da cultura pop para o Parque Ney Braga. A estudante Camila Okita, 15, de Arapongas, foi ao Matsuri como a personagem Furina, do jogo eletrônico Genshin Impact. Ela é cosplayer há dois anos e conta que a prática é mais que um simples hobby.
“É uma personagem que eu me identifico. Eu sinto que, na comunidade cosplayer, dá para você ser mais livre e agir como você quer, gostar das coisas que você quer sem ser julgado”, afirma Okita, que aprovou a edição do evento.
Ela estava acompanhada da irmã, Juliana Okita, 22, que fez um cosplay do personagem Atsushi, do anime Bungo Stray Dogs. “Eu faço mais pelo hobby, eu gosto da cultura pop japonesa. Gosto de vir aos Matsuris, e este ano está muito bom”, acrescenta.
Outra cosplayer da região de Londrina é Júlia Garcia, 17, que é de Cambé. Mesmo com a temperatura elevada, ela manteve o cosplay do personagem Hua Cheng, da publicação chinesa Tiān Guān Cì Fú.
“Tem muita coisa, é muito quente, porque são duas camadas de roupa de frio, muitos acessórios”, conta Garcia, que mesmo com o figurino pesado, aproveitou para jogar Just Dance no Matsuri Games.
HOMENAGEM AOS ANTEPASSADOS
No meio da tarde, coube à dupla de cantores Isa Toyota e Takeshi Nishimura animar o público com um show de música e dança. A apresentação é eclética, com músicas japonesas, brasileiras e americanas - com direito, inclusive, a My Heart Will Go On, clássico de Céline Dion para o filme Titanic (1997).
“É bem diversificado e trouxemos para felicitar e alegrar todo mundo de Londrina”, conta Toyota, que é membro do Grupo Sansey. “Desde 2001 estou fora [de Londrina], mas voltar e ver que o grupo cresceu tanto e que o Londrina Matsuri está evoluindo, para mim, é uma questão de muito orgulho”, acrescenta.
Nishimura, que é de São Paulo, cantou pela primeira vez no Londrina Matsuri. “Era um grande sonho participar”, diz o cantor. O primeiro número apresentado no palco, com máscaras, foi uma homenagem aos antepassados da dupla. “Aos nossos avós, que são da província de Kumamoto [no Japão].”
PARCEIROS DE LONGA DATA
Entre os expositores ouvidos pela reportagem, o discurso é que a 20ª edição do evento foi positiva, superando números de anos anteriores. É o que explica Rosângela Takemura, proprietária da floricultura Casa das Flores, que participa desde o primeiro Matsuri.
“Estamos sempre juntos, decorando, ajudando, porque o Matsuri são flores. É muita satisfação estar no 20° ano. Esperamos continuar essa parceria”, conta Takemura, que participou com o Espaço Primavera e a Feira da Rosa do Deserto. “Todos os anos trazemos novas variedades, novas cores", acrescenta.
A avaliação é semelhante à da sócia do restaurante Matsuri Eventos, Marina Onishi. Ela afirma que o movimento do setor gastronômico foi grande. “Sexta foi um pouco mais tranquilo, ontem [sábado] e hoje [domingo] foi bom.”