Imagem ilustrativa da imagem Londrina e cidades da região seguirão na íntegra lockdown
| Foto: Divulgação/Prefeitura de Cambé

Prefeitos da Região Metropolitana de Londrina ouvidos pela FOLHA informaram que devem seguir na íntegra o lockdown imposto por decreto estadual e anunciado pelo governador Ratinho Junior (PSD) nesta sexta-feira (26). Entre as medidas anunciadas e que serão seguidas pelas cidades estão: o toque de recolher das 20 horas até às 5 horas; suspensão do funcionamento dos serviços e atividades não essenciais; proibição do comércio e consumo de bebida alcoólica em espaços públicos e coletivos das 20h às 5h; e a suspensão das aulas presenciais em escolas públicas e privadas, assim como em curso técnico e de graduação superior.

Outras atividades que estavam sendo consideradas essenciais, em alguns municípios, como as academias de musculação, ficam suspensas de realizarem suas atividades presencialmente enquanto durar o decreto estadual. O lockdown começa a valer neste sábado (27) até o dia 8 de março.

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O prefeito de Ibiporã, José Maria Ferreira (PSD), confirmou que as mesmas medidas irão ser atendidas no município vizinho. Ferreira informou que Ibiporã também deve regulamentar o atendimento remoto para funcionários públicos na maioria dos serviços, exceto de saúde ou os considerados essenciais. "Estamos em um nível de contágio muito acelerado. As nossas análises de exames demoram muito para voltar, mas pelo nível de casos que estamos notando nas nossas unidades de saúde e na UPA de Ibiporã, nós teremos um 'boom' de casos já no início da semana. É mais que necessária essa restrição de circulação", afirmou o prefeito.

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O prefeito de Cambé, Conrado Scheller (DEM) também confirmou que irá atender o decreto estadual na integralidade. "Lockdown não é a solução, ele só joga o problema para frente. A solução são mais UTIs e vacinas, mas UTI é finita e vacina não tem chegado no ritmo que a gente espera." O gestor cambeense lamentou o fato da restrição não ter sido avisada com certa antecedência. "Temos queixas de comerciantes de restaurantes que poderão perdes estoques de perecíveis, mas a gente entende o governador, que diante dos números, não tinha outra alternativa."

Ele pontou ainda que a secretaria de saúde de Cambé já havia sinalizado o risco iminente de falta de oxigênio e insumos nos hospitais. "Estávamos com quatro pacientes aqui sem ter vaga no Hospital Universitário. É um quadro que está beirando ao colapso" pontuou.

Na mesma linha, o prefeito Rolândia, Ailton Maistro (PSL), informou que irá editar um decreto municipal próprio, mas que contém, segundo ele, 98% dos dispositivos do decreto estadual. "Já estávamos adotando medidas rígidas para começar na próxima segunda-feira (1º), mas acho a medida estadual acertada. Os dados são assustadores. Aqui em Rolândia o nosso centro Covid estava atendendo nesta semana 400 pessoas por dia, tivemos que dobrar as equipes. Não temos hospital Covid aqui e o HU não dará conta." Diagnosticado com Covid logo após as eleições de novembro passado, Maistro sentiu na pele o efeito da infecção. "Perdi 14 quilos, foram 25 dias no hospital, 15 deles na UTI, dias de muito sofrimento" lembrou.

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| Foto: Vivian Honorato/n.com

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), pregou unidade nas ações entre municípios no cumprimento das medidas restritivas. "Apesar de a pandemia, em Londrina, estar desacelerada, nós observamos que o número de internações aumentou e mais da metade da ocupação dos leitos acabam sendo para pacientes da região. Isso, muito provavelmente, aconteceu em razão da nova cepa do vírus que surgiu em Manaus. Então, tomar uma medida isolada não resolve. As medidas tem que vir de maneira estadual"

"Não adianta termos medidas mais restritivas em algumas cidades, se os municípios vizinhos não fizerem o mesmo. Essa é uma decisão muito dura, que eu obviamente não gostaria de tomar. Mas, é uma decisão importante, que estamos tomando para salvaguardar vidas." ressaltou o governador paranaense.

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Municípios pequenos

O prefeito de Marilândia do Sul (norte do Estado), Aquiles Takeda, diz que as cidades de menor porte - de 10 a 20 mil habitantes - têm outras particulares. Segundo ele, o comércio tem menor expressividade em aglomerar pessoas. Porém, Takesa diz que os prefeitos absorveram a mensagem do decreto estadual e devem fazer pequenas adaptações. "Temos nossas particularidades, uma outra realidade local, mas entendemos que o Paraná como um todo não terá mais leitos. O toque de recolher depois das 20 horas será seguido. Também devemos proibir cultos e missas presenciais, além de abertura de academias". Segundo ele, poderá ocorrer flexibilização para alguns segmentos do comércio, diante do baixo risco de contágio e de aglomeração.

Takeda, que é também presidente da Acispar (Associação de Consórcios de Saúde do Paraná), informa que os consórcios de saúde que atendem pacientes de pequenos municípios deverão reduzir atendimentos, mas as consultas e exames eletivos não serão afetados. "Apenas as cirurgias eletivas por um período de 30 dias, como também ficou estabelecido no decreto estadual."

(Atualizada às 18h 07 min)