Londrina - A vida do médico Jonas de Faria Castro Filho, sepultado ontem no Cemitério São Pedro, serviu como um pilar para o desenvolvimento de Londrina. ''Ele foi o maior cirurgião que Londrina teve'', afirmou o médico e amigo Benedito Grizzo, de 71 anos, que veio do Rio de Janeiro para a cidade a convite do próprio pioneiro em 1969.
Castro Filho nasceu em Carangola (MG) e morreu na noite de quinta-feira, aos 92 anos, na chácara dele em Londrina. Filho e neto de médicos, ele seguiu a profissão familiar prematuramente. ''Saiu de Carangola, Minas Gerais, onde nasceu, e teve de falsificar a idade para poder entrar na universidade no Rio de Janeiro com 16 anos'', disse a sobrinha Maria Elisa Ferraz, filha da única irmã de Jonas.
Depois de concluir a Faculdade Nacional de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o pioneiro desembarcou em Londrina em 1942 para acompanhar o pai, que já estava na cidade. ''Meu avô criou um dos primeiros hospitais do município, a Casa de Saúde São Leopoldo'', relatou a filha, Gisela de Faria Castro Americano.
Familiares e amigos definem Castro Filho como um apaixonado pela profissão. ''Ele implantou a medicina científica, quem trabalhava com ele tinha que estar constantemente estudando, não era apenas atender um caso. A cada semana acontecia reunião para discutir casos. Isso não existe mais'', lamentou Grizzo.
O médico pioneiro também foi um dos criadores do Aeroclube da cidade. ''Ele recebeu certa vez o Assis Chateubriand na cidade, que foi um dos grandes incentivadores para desenvolvimento da aviação no Brasil e talvez isso o tenha motivado'', recordou a sobrinha.
Até cinco anos atrás, ele atendia na clínica. ''Ele parou de fazer cirurgias quando sofreu com um câncer que afetou parte da sua visão e audição. E depois, há uns quatro anos ele sofreu o AVC (acidente vascular cerebral), que o deixou debilitado'', lembrou a filha.