Um convênio firmado entre a Prefeitura de Londrina e o HU (Hospital Universitário) de Londrina vai possibilitar a realização de até 200 testes diários para a detecção do novo coronavírus. O Programa Municipal de Testagem pretende expandir o volume de exames RT-PCR para até 300 testes diários.

Imagem ilustrativa da imagem Londrina amplia realização de testes para Covid-19
| Foto: Vivian Honorato/N.Com

Com a ampliação, pessoas que apresentarem sintomas leves de síndromes respiratórias também poderão realizar o exame, desde que haja indicação médica. Atualmente, o protocolo do Ministério da Saúde prevê apenas a testagem de pacientes internados em estado grave.

A mudança já está em vigor no município com a realização de mais exames. Porém, a validação dos resultados ainda depende do Lacen (Laboratório Central do Estado). De acordo com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, o laboratório do HU já realizou mais de cem exames nas últimas semanas. Apenas quatro detectaram Covid-19.

"O processo se dá a partir do quinto caso positivo. Até o momento, nós tivemos apenas quatro casos positivos dentro de todos esses exames realizados. Acredito que, entre hoje [terça, 12] ou amanhã [quarta, 13], a gente tenha esse quinto resultado positivo de modo que vamos conseguir ampliar essa testagem para todas as unidades respiratórias de Londrina”, explicou.

Além da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Sabará, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) Ouro Branco, Guanabara, Bandeirantes, Vila Ricardo, Chefe Newton e Maria Cecília farão a coleta das amostras.

Os resultados demoram de 24 horas a 48 horas. Segundo Machado, a possibilidade é quase nula para falsos negativos. “É um exame diagnóstico, diferente do teste rápido que é um exame de triagem. O RT-PCR é adequado para a conduta e todo o processo epidemiológico para o coronavírus.”

Londrina realizou entre 1.200 e 1.300 testes em 60 dias de pandemia de Covid-19. Além dos novos exames adquiridos, o Lacen manterá o repasse de 300 exames por semana por meio do governo do Estado.

“Não se espera uma explosão no número de casos, se espera um aumento. É natural que haja uma subnotificação dos casos. A literatura traz que, para cada caso confirmado, a gente pode ter entre 8 e 15 casos que não são diagnosticados. Países que aplicaram a testagem em massa obtiveram resultados entre 8% e 10% na taxa de conversão positiva, ou seja, para todos os exames que eles realizaram, entre 8% e 10% acabaram positivando”, ressaltou o secretário de Saúde.

A partir desta semana, as informações dos pacientes com síndromes respiratórias também serão repassadas a equipe da sala de monitoramento estratégico. No espaço informatizado, profissionais da saúde vão acompanhar diariamente todas as pessoas que apresentam sintomas ou confirmação do novo coronavírus.

“Ao notificar um caso na UPA [Unidade de Pronto Atendimento], por exemplo, cai direto aqui nos computadores e os atendentes vão fazer o monitoramento desses pacientes em uma planilha com inteligência artificial que vai direcionar a conduta desses profissionais. O monitoramento pode chegar a até 14 dias, de acordo com o quadro clínico e os resultados desses exames”, afirmou.

Os profissionais da saúde poderão agendar uma teleconsulta para os pacientes ou acionar o Samu, se necessário. A sala de monitoramento vai funcionar diariamente, das 8h às 18h.

Já em relação a reabertura das academias, setor que passou a ser considerado essencial por meio de um novo decreto federal, o secretário informou que a questão ainda será avaliada pelos profissionais do Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública). Londrina já registrou 15 mortes pelo novo coronavírus e 117 confirmações da doença.