A diretora de Vigilância em Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, disse na tarde desta terça-feira (14) que não havia recebido o lote de vacina pentavalente. “Trabalhamos com a expectativa de que o caminhão chegue na quarta-feira (15). A partir disso a 17ª Regional de Saúde informará quantas recebeu para a região e quantas irá destinar a cada um de seus 21 municípios. Se realmente chegar na quarta, o município de Londrina poderá retirar provavelmente somente a partir de quinta-feira ou sexta-feira”, detalha.

A diretora Sônia Fernandes destacou que o município não recebe a vacina pentavalente desde novembro do ano passado
A diretora Sônia Fernandes destacou que o município não recebe a vacina pentavalente desde novembro do ano passado | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

Ela conta que Londrina registra uma média de sete mil nascimentos por ano, o que proporciona de 650 a 700 crianças atendidas por mês com a vacina. “Cada uma delas recebe três doses. Trabalhamos com três mil doses por mês de consumo no município para ter uma sobra e uma situação logística, pois tem 53 unidades básicas de saúde e tenho que deixar uma certa quantidade de vacinas em estoque para que cada uma delas consiga trabalhar pelo menos durante um mês. Não posso levar vacina para cada unidade a cada semana”, observa.

A exemplo de outros municípios brasileiros, Londrina enfrenta o problema da falta de vacina. Ela ressalta que o município vem registrando uma redução significativa da chegada da vacina pentavalente desde setembro do ano passado. “E desde novembro não recebemos mais doses. O município recebeu orientação para que faça a substituição da vacina pentavalente pela vacina tríplice bacteriana, porque a expectativa é de que venha só esse lote de pentavalente e que só volte a ser fornecida em abril. De novembro para cá as crianças não têm tomado a pentavalente, porque o governo orientou para que substitua pela tríplice bacteriana, mas ela também estava em falta. O ministério só propõe sua retomada a partir de agora”, destaca.

“Nós nunca vimos o programa nacional de imunizações em uma situação como essa. É um programa que até então era bastante reconhecido. Nos últimos dois anos a situação vem piorando muito até chegar a essa situação de falta de vacina. Não é uma situação do atual governo, já vem do outro governo (Temer). A gente fica triste, porque é um programa que dá certo e tinha credibilidade, mas tem perdido isso. Pior do que isso. Está expondo nossas crianças a ter doenças que estavam sob controle e já não a ameaçavam mais”, destaca.

O Paraná recebeu 44 mil doses da vacina pentavalente no último dia 10. A previsão, segundo o Ministério da Saúde, é que na próxima semana a Secretaria de Estado da Saúde receba mais 45 mil doses para atender os municípios.

O abastecimento nacional foi suspenso em julho de 2019 quando as vacinas tiveram os lotes recolhidos por reprovação no teste de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade de Saúde e na análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

O Paraná precisa, em média, de 60 mil doses por mês para abastecer as 22 Regionais de Saúde que fazem a distribuição aos municípios de sua abrangência. A previsão é de que até o final de janeiro todas as Regionais já tenham recebido.

No final de outubro de 2019 o Estado recebeu 40 mil doses. Após três meses de desabastecimento, devido à demanda reprimida, a quantidade não foi suficiente para regularizar a fila de espera nas salas de vacina.

Devido ao desabastecimento nos meses anteriores, esse envio total de 89 mil doses, programado para os próximos dias, ainda é insuficiente para atender a demanda do Estado.