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. | Foto: Gina Mardones - Grupo Folha

Professores e servidores da rede estadual de ensino iniciaram greve nas escolas na manhã desta terça-feira (25). No entanto, mesmo com a paralisação, alunos de diversas escolas estaduais de Londrina e dos demais municípios do Paraná compareceram às aulas nesta terça. Além disso, o número de escolas paralisadas apresentado pelo sindicato que representa a categoria e pela Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná) são diferentes.

Na tarde desta terça, a Seed registrou adesão total à paralisação em 3,4% das 2.143 escolas estaduais e adesão parcial em 35% das 2.143 escolas estaduais do Paraná. "Lembrando que adesão parcial considera a ausência de professores e demais servidores administrativos e não significa, portanto, que os alunos ficaram sem atendimento", informou a secretaria em nota.

De acordo com a Seed, no NRE (Núcleo Regional de Londrina), foi registrada paralisação parcial em 40,9% das 122 escolas estaduais. "Apenas 2,4% das instituições paralisaram totalmente suas atividades", acrescentou. A Seed informou pela manhã que apenas uma escola da região de Londrina parou totalmente: o Colégio Estadual Maria Aparecida Rosignol Franciosi, no assentamento Eli Vive, Distrito de Lerroville.

Segundo o presidente da APP-Sindicato Londrina, Márcio André Ribeiro, o primeiro dia de greve contou com 30% das escolas estaduais paralisadas parcialmente na cidade. "A expectativa é que estaremos em 50% até quinta-feira", avaliou.

Para o APP-Sindicato, a adesão da categoria foi grande em todo o Paraná. "No primeiro dia a APP identificou que 80% das escolas estaduais aderiram à paralisação parcial ou total. A expectativa é que o número cresça nos próximos dias", apresentou o sindicato.

“Os educadores estão sofrendo na pele os efeitos de quatro anos de congelamento dos salários e também os ataques e perseguições da Secretaria da Educação. Temos um governo que se diz novo, porém o clima nas escolas piorou. Com isso, mais gente deve aderir ao movimento nos próximos dias”, afirmou Hermes Leão, presidente da APP.

“Em março, nos reunimos com o governo que ficou de apresentar proposta em 30 dias, o que não ocorreu. Em 29 de abril realizamos uma grande paralisação e o vice-governador assumiu compromisso de estabelecer diálogo e construir uma solução conjunta para o problema. Até o momento o governo não apresentou qualquer proposta, por isso iniciamos a greve”, esclareceu a professora Marlei Fernandes da coordenação do FES (Fórum das Entidades Sindicais).

Embora o governo estadual tenha apresentado uma proposta para desmobilizar a greve na noite de segunda-feira (24), os professores e servidores anunciaram que continuariam em greve. Ratinho Júnior (PSD) pediu a suspensão da greve e um prazo maior, até a próxima semana, para as negociações.

“Ele apresentou uma proposta de apresentar uma proposta, então isso não é proposta. Na hora que ele de fato apresentar algo concreto, vamos analisar e negociar. Quem sabe, se for o caso, avaliar a suspensão da greve. Mas por enquanto isso ainda não aconteceu”, rebateu Márcio André Ribeiro.

Os grevistas pedem o reajuste salarial do acumulado dos últimos 12 meses: 4,98%. “Entendemos que o total [que deveria ter sido reajustado] já ultrapassa 17%, mas negociação é viável. Só é inegociável a inflação correspondente ao último ano”, explicou o presidente da APP Londrina.

Alunos da maior escola de Londrina, o Colégio Estadual Vicente Rijo, no centro, foram normalmente para as aulas. Segundo os estudantes, a sinalização dos professores era de que não iriam aderir à paralisação.

“Tem professor que disse que iria parar na semana que vem”, relatou Beatriz Martínez, diretora auxiliar do Vicente Rijo. Para ela, a adesão à greve ainda é uma incógnita. “De uns 15 professores da parte da tarde, dois tinham falado que iriam parar. Mas eram falas, temos que aguardar para ver quem virá [dar aula]”.

No Hugo Simas, centro, mais da metade dos professores tinha sinalizado que iria parar. Os alunos foram para as aulas normalmente. Alguns professores foram trabalhar e os primeiros anos do colégio tiveram aula. Professores que tinham se comprometido a levar os alunos para a Feira de Profissões na UEL (Universidade Estadual de Londrina) não paralisaram nesta terça. Contudo, alguns pretendem aderir à greve a partir de quarta (26).

O IEEL (Instituto de Educação Estadual de Londrina), também na região central, teve aulas normalmente. O colégio Aplicação, vinculado à universidade, também teve funcionamento normal. Apenas dois professores se ausentaram nesta terça-feira (25).

Concentração

Nesta quarta (26), a concentração em Curitiba será a partir das 9h na frente ao Palácio Iguaçu. Às 10h, haverá um debate sobre a reforma da Previdência e, por volta das 11h, o governo deve receber representantes dos servidores para uma reunião de negociação.

Às 15h, servidores se reúnem em frente a sede da Secretaria da Fazenda para realizar um ato em defesa do serviço público. A manifestação vai continuar com uma caminhada até a Boca Maldita, no centro da capital.

UEL

O Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e região), que engloba professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina), da Unespar (Universidade Estadual do Paraná) de Apucarana e da Uenp (Universidade Estadual do Norte do Paraná) em seus campi de Cornélio Procópio, Bandeirantes e Jacarezinho, realiza assembleia nesta quarta-feira (26) para deliberar o início da greve.

A reunião será às 9h30 no Anfiteatro Cyro Grossi (Pinicão), no CCB (Centro de Ciências Biológicas). Já os servidores técnico-administrativos da Assuel (Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-administrativos da Universidade Estadual de Londrina) fazem uma assembleia nesta quinta-feira (27) pelo indicativo de greve no dia 1º de julho.