São Paulo, 1(AE) - O promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP), José Carlos Blat, disse à Agência Estado que a lista recebida pelo MP na última quinta-feira, na qual aparecem nomes de vereadores, valores e datas de supostos pagamentos, "será checada e rechecada". A lista seria referente ao pagamento de supostas propinas, totalizando R$ 3,1 milhões, repassadas aos vereadores nos últimos oito meses, conforme reportagem de capa da revista "Isto É" que chegou hoje às bancas.
Blat disse que, por se tratar de denúncia anônima, seria precipitado fornecer mais informações sobre as acusações no momento. "Seria leviano dizer mais alguma coisa agora", afirmou. O promotor do Gaeco afirmou também que a análise dos documentos e das 15 unidades de processamento central (CPU) apreendidas ontem na casa do secretário de Governo Municipal, Carlos Augusto Meinberg, e também na própria secretaria, localizada no Palácio das Indústrias, será retomada na próxima segunda-feira (3).
"Decidimos paralisar a análise do material neste final de semana e vamos retomar os trabalhos na segunda-feira pela manhã", comentou Blat. Todo o material apreendido ontem será submetido à avaliação técnico-pericial no Departamento de Identificação de Registros Diversos (DIRD), localizado no Instituto de Criminalística, em São Paulo.
Meinberg foi acusado pela ex-primeira dama de São Paulo, Nicéa Camargo, de ter negociado a compra de votos de vereadores governistas. Segundo denunciou Nicéa, a Prefeitura teria comprado vereadores para impedir o impeachment de Celso Pitta, aprovar projetos de interesse do Executivo e deixar de lado a CPI da Máfia da Propina.