Brasília, 1 (AE) - Os líderes governistas mobilizam suas bancadas hoje para a votação dos destaques ao projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal. A expectativa deles é de que os onze destaques pendentes, que exigem votações nominais, sejam derrubados na sessão desta tarde da Câmara. Com a conclusão dessa votação, as atenções do governo se voltam prioritariamente ao Senado, onde a Comissão de Constituição e Justiça começa a discutir a proposta de emenda constitucional que prorroga a possibilidade de Desvinculação de Receitas da União (DRU).
As atenções dos parlamentares, no entanto, estarão voltadas para a comissão mista de planos e orçamento, onde estão sendo votados os relatorios setoriais da proposta orçamentária para este ano e onde está em vias de despontar um novo atrito entre os partidos da base governista. A bancada da Bahia, comandada pelo presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), não está satisfeita com a distribuição de recursos na área da Saúde e ameaça causar problemas. O Ministério da Saúde, como se sabe, é comandado pelo ministro tucano José Serra, um potencial candidato à Presidência da República, que conta com a antipatia histórica dos pefelistas. O relatório está sendo elaborado pelo deputado tucano Pedro Henry (MT), que tem encontrado dificuldade para distribuir os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Outro possível atrito pode se dar na votação do relatório de Infra-estrutura. Estimulado pelo presidente do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), e pelo ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), o relator-adjunto José Priante (PMDB-PA) tenta obter mais recursos para a construção e recuperação de estradas. Mas a bancada do PFL prefere deixar o arremate das emendas para o relator-geral, deputado Carlos Melles (PFL-MG).