Belém, 11 (AE) - O corpo do sindicalista Agripino Soares da Silva, de 40 anos, foi encontrado hoje coberto de palhas e em adiantado estado de putrefação, na beira de uma estrada, em Marabá, no sul do Pará. Ele foi morto a tiros e estava desaparecido há seis dias. Silva era diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brejo do Meio, localidade próxima a Marabá.
Silva integrava o colegiado de líderes sindicais que mobilizou milhares de assentados e sem-terra acampados há dez dias na Praça do Mogno, em Marabá. Os manifestantes chegaram a ocupar as dependências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no município. Assentados e sem-terra reivindicam a liberação de R$ 250 milhões para investimentos no programa de reforma agrária em 220 assentamentos com 50 mil famílias e em outras 200 áreas ocupadas por 32 mil famílias.
"O Agripino não tinha inimigos e era uma pessoa querida entre os assentados", disse Isabel Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).O delegado da Polícia Civil de Marabá, José de Aquino, disse que ao lado do cadáver foram encontradas cinco cápsulas calibre 38.
Quem reconheceu o cadáver no IML de Marabá foi o agricultor Luís Carlos, o Luís do Gás, um dos acampados na porta do Incra. "Ele cuidava das discussões com o Incra para o assentamento de famílias na zona rural de Marabá e em Brejo do Meio", contou Bernardo de Souza, amigo da vítima.