A Angra Doce, região que abrange municípios no entorno da Represa Chavantes, divisa entre os estados do Paraná e de São Paulo, foi reconhecida pelo governo federal como Área Especial de Interesse Turístico. Com a lei publicada no dia 5 de dezembro, no Diário Oficial da União, será possível obter recursos federais para a elaboração e execução de planos de promoção para o desenvolvimento turístico, criar projetos de preservação e valorização do patrimônio cultural e natural e direcionar recursos para melhorias na infraestrutura da região.

Ao todo, 15 municípios fazem parte da área especial: Ribeirão Claro, Carlópolis, Siqueira Campos, Jacarezinho e Salto do Itararé, no Estado do Paraná; e Chavantes, Ourinhos, Canitar, Ipaussu, Timburi, Piraju, Fartura, Bernardino de Campos, Itaporanga e Barão de Antonina, no Estado de São Paulo.

Rio Paranapanema possui 420 quilômetros de costa na região formada por 15 municípios
Rio Paranapanema possui 420 quilômetros de costa na região formada por 15 municípios | Foto: Arnaldo Alves/AENPr.

O prefeito de Carlópolis, Hiroshi Kubo, destaca que uma lei estadual já havia reconhecido os cinco municípios do Paraná como polo turístico. “Com a lei federal, todos os 15 municípios passam a fazer parte oficialmente do projeto nacional Angra Doce. A nível estadual, já há alguns projetos encaminhados e temos apoio para pavimentação e pintura de estradas na área urbana. A lei federal permite criar perspectivas para obter recursos estaduais e federais para melhorar a infraestrutura”, afirma.

Imagem ilustrativa da imagem Lei federal reconhece Angra Doce como área turística
| Foto: Folha Arte

Uma das prioridades em Carlópolis é a ampliação da rede de esgoto que hoje atende entre 65% e 70% dos domicílios. A cidade possui, aproximadamente, 15 mil habitantes. “Já temos hoje um fluxo grande de turistas. No último verão, mais de 5 mil turistas passaram por aqui. Os municípios precisam estar preparados para atender essa população flutuante”, avalia. A região já é conhecida por grupos que realizam turismo de aventura e praticam esportes como rafting, canoagem e pesca esportiva.

Com o reconhecimento nacional, a aposta também é que a região da Angra Doce atraia a iniciativa privada. “Os grandes e médios empresários vão vir para a região para prospectar novos negócios, hotéis, pousadas, restaurantes, resorts, marinas, loteamentos e atrair investimentos. Há a expectativa de geração de emprego e renda e de programas para qualificar prestadores de serviço para receber os turistas. É uma mudança para os próximos 5 ou 10 anos. Gera riqueza, desenvolvimento social e uma série de benefícios. É um novo destino do turismo nacional que está sendo construído.”

É o que espera também o prefeito da vizinha Ribeirão Claro, Mario Augusto Pereira (PSC). Pela quarta vez à frente do Poder Executivo, Pereira acredita que a iniciativa privada não terá dificuldades em encontrar na região mão de obra qualificada para o setor do turismo. "Nós temos feito convênios com o Sesc, Sesi, e com isso já tem acontecido muitas vezes da pessoa concluir o curso e sair empregado. Nós temos cursos de camareira, garçom, recepcionista, até cursos de inglês para o atendimento do turista", afirmou.

Assim como espaço para a instalação de novo empreendimentos. "Nós temos 420 quilômetros de costa. Está certo que em algumas regiões a topografia não vai permitir muita coisa, mas tem muita área ainda para ser aproveitada e pretendemos direcionar para a hotelaria porque aí a geração de empregos é maior", avalia.

Os municípios da região do Norte Pioneiro também são conhecidos pela rota do turismo religioso. O secretário de Obras, Agricultura e Meio Ambiente da cidade de Siqueira Campos, Alisson Pereira, lembra que mais de 100 mil romeiros passam pela região. “No último final de semana realizamos os jogos de natureza e aventura, já em virtude de estar participando do projeto Angra Doce. Esperamos agora um avanço maior para o desenvolvimento da região e mais recursos para divulgar o que temos de melhor.”

Segundo ele, foram mais de 5 anos de espera até o reconhecimento pelo governo federal como área turística. Enquanto aguarda investidores, a cidade investe recursos próprios para melhorar o acesso ao balneário da Alemoa, um dos atrativos locais.

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