Imagem ilustrativa da imagem Lázaro morre em confronto após 20 dias de buscas
| Foto: Reprodução

Lázaro Barbosa, que ficou conhecido como serial killer do DF, morreu na manhã desta segunda-feira (28), após confronto com a polícia na cidade de Águas Lindas de Goiás (GO), no entorno de Brasília. Mais cedo, em uma rede social, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), havia anunciado que Lázaro havia sido capturado.

​"Acabo de receber neste momento uma informação de que todas as forças de segurança que estão ali na região de Cocalzinho que o Lázaro foi preso", disse Caiado em um vídeo publicado nas redes sociais no 20º dia de buscas. "Cumprimentar a todos aqueles que estão ali há vários dias trocando informações e chegando a este resultado final com a prisão do Lázaro", completou.

A captura ocorreu após a prisão do dono e de um funcionário de uma fazenda, ambos acusados de ajudar o foragido a se esconder. Espingardas foram apreendidas no local. Em uma das ocasiões em que Barbosa foi visto, afirmaram os policiais, ele carregava uma delas. Desde o crime cometido no início deste mês em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, ele vinha fugindo ao cerco policial se escondendo em chácaras e mata do cerrado. A polícia informou que ele caminhava dentro dos rios, para dificultar a ação dos cães farejadores.

Durante a fuga, de acordo com a polícia, Barbosa cometeu uma série de novos crimes –baleou moradores de uma chácara, fez de reféns em outra, roubou carros e armas. Trocou tiros com um funcionário de uma fazenda e também com policiais. Uma megaoperação foi montada com o objetivo de capturá-lo, incluindo polícias estaduais de Goiás e do DF, e as polícias Federal e Rodoviária Federal. Foram mobilizados mais de 270 agentes de segurança.

Barreiras foram montadas nas rodoviais que levam a Cocalzinho, onde os policiais revistavam o interior de veículos e porta-malas, na suspeita de que o fugitivo pudesse ter coagido motoristas a transportá-lo. As buscas também eram feitas por helicópteros e drones, com sensores que detectavam movimentos. No fim de semana, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás havia divulgado nota na qual afirmava que haviam sido incorporados à força-tarefa dois cachorros do Corpo de Bombeiros - que passaram a totalizar cinco, sendo que uma delas atuou nas buscas do desastre de Brumadinho.

Megaoperação contou com cerca de 300 policiais
Megaoperação contou com cerca de 300 policiais | Foto: Fabio Lima/Fotos Públicas

CRIMES

No dia nove de junho, uma quarta-feira, Barbosa invadiu uma chácara em Ceilândia (DF), possivelmente para roubar, segundo apontam as investigações, e matou um casal e dois filhos. Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Vidal, 21, e Carlos Eduardo Vidal, 15, foram assassinados no local. Os corpos estavam sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia.

Cleonice Andrade, 43, foi levada como refém e seu corpo foi localizado três dias depois às margens de um córrego, sem roupas. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com tiro na nuca. Desde então, relatos apontam que ele invadiu outras propriedades no DF e em Goiás, trocou tiros com um funcionário de uma fazenda, roubou armas e veículos e obrigou um caseiro a cozinhar e fumar maconha com ele.

Além do quádruplo latrocínio (matar para roubar) em Ceilândia, é atribuída a ele uma tentativa do mesmo tipo penal em 2020, ao invadir uma chácara em Goiás para roubar e atingir um idoso com um machado. Barbosa é natural de Barra do Mendes, município a pouco mais de 500 km de Salvador. Foi lá que registrou sua primeira passagem pela polícia —um duplo homicídio. Capturado, escapou dez dias depois.

Ele responde também por eestupro, roubo à mão armada e porte ilegal de arma de fogo, acusação que o levou à cadeia em 2013 no DF. Após três anos, progrediu para o regime semiaberto e fugiu da cadeia. De acordo com informação da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, ele não retornou ao sistema após uma saída temporária.

Atualizada às 13h02