Laudo sobre morte em Mirandópolis deve sair em um mês
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quarta-feira, 18 de novembro de 1998
Antonio José do Carmo Especial para a AE
O laudo do Instituto Médico Legal sobre a causa da morte de Marli Ferreira dos Santos, 50 anos, encontrada morta dia 13, em Mirandópolis, a 615 quilômetros de São Paulo, deve sair em um mês. A informação é do chefe do IML de Araçatuba, médico Arnaldo Tadeu Poço. Marli, sua mãe, Lúcia Delai, José Carlos Crevelaro e Terezinha Crevelaro, todos da mesma família, morreram em circunstâncias misteriosas nos últimos seis meses.
O suspeito dos assassinatos é Vítor Alexandre Ferreira dos Santos, de 21 anos, que morava com a avó e os tios. O estudante, filho de Marli, está detido. A polícia encontrou roupas do rapaz manchadas de sangue.
Material retirado do cadáver da mãe do rapaz será enviado para São Paulo, para exames toxicológicos. O instituto em Araçatuba não constatou sinais de morte provocada por sufocamento. Uma das hipóteses levantadas pelos peritos é de uso de veneno de grande poder letal que deixa poucos vestígios.
Os demais corpos poderão se exumados. O delegado Natanael Pinheiro da Silva, que dirige o inquérito, confirmou ontem a existência de alguns bilhetes escritos por Ferreira. Neles, o rapaz considera a morte uma purificação espiritual. Entre os filmes encontrados na casa do estudante há um chamado Spal, o anjo vingador. É a história de um homem que, após a morte, faz acordo com demônio e volta para se vingar de algumas pessoas. No filme, o anjo suicida é pressionado pelo diabo, que faz muitas exigências. Ferreira morava com a avó e os tios José Carlos e Terezinha Crevelaro desde os 15 anos. Até então ele vivia com a mãe, Marli, na capital.