A Sedest (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo) liberou a reabertura de 18 Unidades de Conservação do Paraná no dia 15 de agosto. Uma delas, o Parque Estadual do Monge, na Lapa (Região Metropolitana de Curitiba), no entanto, permanecerá interditada. Seria a primeira vez que o local seria reaberto desde 2009, já que o local foi fechado para reformas que foram concluídas, mas nunca reinauguradas por uma série de problemas.

Parque do Monge recebeu esse nome em homenagem ao religioso italiano Giovanni Agostini, que viveu no século 19
Parque do Monge recebeu esse nome em homenagem ao religioso italiano Giovanni Agostini, que viveu no século 19 | Foto: Divulgação/Marcelo Zarur

Marcio Assad, coordenador geral de comunicação e eventos da cidade de Lapa, afirmou que, antes da possível reabertura, foram detectadas várias deficiências, como falta de funcionários e de dispositivos para a aplicação de álcool em gel, além de a estrutura estar bastante degradada.Em uma reunião realizada no dia 20, entre representantes da prefeitura e do governo do Estado, foram esclarecidas e sanadas as deficiências. Porém, em decorrência das condições da pandemia da Covid-19, ficou decidido que a reabertura acontecerá a partir de indicação da prefeitura, quando a fase 2 do plano de retomada do turismo municipal tiver início.

Rafael Andreguetto, diretor de Patrimônio Natural do IAT (Instituto Água e Terra), reforçou que os problemas foram resolvidos.“Toda unidade de conservação terá equipamentos e equipes de recursos humanos para atendimento, só que por conta da reunião realizada na quinta-feira, o município da Lapa a Covid-19 está em alta, então nos solicitaram que a gente não reabrisse o parque”, destacou. “A interdição já está retirada, mas o parque continuará fechado a pedido do município por conta da pandemia do município”, declarou.

Sobre as condições da estrutura do parque, ele ressaltou que o centro de visitantes e o espaço de café que foram construídos, o IAT, vinculado à Sedest, estuda uma forma para que o centro de visitantes seja cedido para o município e o espaço de alimentação seja realizada uma permissão de uso. “Estamos fazendo a avaliação técnica dessas edificações.Temos que fazer avaliação e após o laudo técnico faremos a avaliação da construção”, resumiu.

HISTÓRIA

O Parque Estadual do Monge recebeu esse nome em alusão ao religioso italiano Giovanni Maria Agostini, que viveu no século 19 e ficou conhecido em todos lugares por onde passou, como profeta, monge e santo. Chegou ao Brasil em 1844 e por onde passava receitava ervas medicinais. “Na imigração o escrivão achou o nome dele difícil e escreveu João Maria e assim ficou”, destacou Assad. “Temos mapeados os caminhos de São João Maria, em um projeto chamado Do caminho das tropas aos caminhos de ferro nas trilhas de São João Maria”, relatou. A principal atração do parque é a Gruta do Monge

O religioso teve passagem pelas Américas (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e ainda no México, Peru, Cuba, Estados Unidos) e Itália. Assad defende a proposição de reavivar o turismo religioso no local. “Antes do fechamento, quando chegava alguma visita na casa de algum lapeano, à tarde eles levavam no morro do Monge. Quando fecharam o parque em 2009 foi com promessa de devolver algo melhor e isso não aconteceu.”

Gruta seria o local onde o Monge Giovanni Maria Agostini teria vivido
Gruta seria o local onde o Monge Giovanni Maria Agostini teria vivido | Foto: Divulgação/Marcelo Zarur

Assad se refere à reforma realizada pela construtora Valor, citada na operação Quadro Negro. “As obras foram entregues, mas com qualidade baixa. Transformaram um parque que havia ligação emocional em unidade de conservação para ninguém. A porta não abre, banheiros não funcionam. A única coisa que funciona é o saneamento da Sanepar. Um dos poucos parques que tem água e esgoto bacana”, afirmou. A reportagem procurou a Valor, mas ninguém atendeu os telefonemas.