Rio - O rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), causou danos "irreparáveis" aos corais do Parque Nacional dos Abrolhos, na Bahia, o recife de corais mais importante de todo o Atlântico Sul. A informação consta de estudo feito pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Foi comprovado que os corais do Parque Nacional dos Abrolhos sofreram "impactos significativos" decorrentes da contaminação por rejeitos despejados nas ilhas após o rompimento da barragem de Fundão em 2015.

De acordo com o relatório, os pesquisadores apresentam análises detalhadas com a presença de metais nessas estruturas, demonstrando incorporação de zinco e cobre, entre outros elementos. Segundo o estudo, os resíduos do beneficiamento de minério se espalharam rapidamente pelo rio Doce e, em seguida, começam a atingir a região costeira.

O coordenador do estudo, o pesquisador Heitor Evangelista, do Laboratório de Radiologia e Mudanças Globais da Uerj, afirmou que o dano causado ao recife de Corais de Abrolhos é irreparável, devido à extensão da área atingida. "O nosso papel é saber em que medida a área foi impactada. E, a partir daí, deflagrar mecanismos de monitoramento para descobrir qual vai ser a resposta biológica diante desse fato. Não há como remediar, mas nós precisamos aprender com esse processo", disse.

A pesquisa envolveu seis laboratórios da Uerj e também contou com a colaboração da UFF (Universidade Federal Fluminense) e da PUC-RJ (Pontifícia Unidade Católica).