Berlim, 03 (AE-AP) - Um baile de gala para celebrar o 70º aniversário de Helmut Kohl foi cancelado há várias semanas. Até mesmo uma comemoração em sua cidade natal de Ludwigshafen foi desmarcada depois de um acordo mútuo entre o Partido Democrata Cristão (CDU) local e o ex-chanceler alemão.
Isolado por um escândalo sobre práticas ilegais de financiamento pelo CDU sob sua liderança, Kohl celebrou hoje (03) seu aniversário em um local não revelado, apenas com a presença de familiares.
Em uma entrevista concedida ontem à uma emissora de rádio alemã, Kohl afirmou não estar se sentindo amargurado pelo o fato de estar sendo isolado e que se sente orgulhoso por seus 16 anos como chanceler. Ainda assim, ele confessou que sua saída de um partido ao qual pertenceu por 25 anos representou uma difícil transição.
"Quando em novembro, em virtude do 10º aniversário da queda do Muro de Berlim, você estava no meio de grandes honrarias e algumas semanas depois você se transforma num tipo de persona non grata - ou, de acordo com a mídia, uma espécie de monstro -, esta é uma mudança muito difícil de assimilar", afirmou o ex-chanceler.
"Há pessoas, para as quais você fez muitas coisas boas, que viram a cara quanto te vêem e não te cumprimentam mais", disse Kohl. Segundo ele, o momento mais feliz de sua carreira política foi no dia da reunificação alemã, 3 de outubro de 1990.