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. | Foto: Arquivo FOLHA

O juiz Delcio Miranda da Rocha mandou soltar na última sexta-feira (31) três dos quatro golpistas que se passavam por funcionários e diretores do Hospital Evangélico de Londrina para fraudar contratos com fornecedores. Apenas um rapaz considerado como o mentor intelectual do grupo teve a prisão preventiva decretada durante audiência de custódia. Segundo a Polícia Civil, o prejuízo estimado com os golpes é de R$ 4 milhões.

Para o magistrado, os crimes cometidos pelos três investigados "não se mostraram de uma gravidade exacerbada para se decretar a medida extrema da prisão, a qual se deve reservar a casos excepcionalíssimos, em respeito ao direito fundamental da presunção de inocência". Mesmo soltos, deverão cumprir uma série de restrições, como ficar em casa das 22h às 6h, inclusive finais de semana e feriados.

Porém, para o jovem que atuava como cabeça pensante da associação criminosa, o juiz teve um entendimento diferente. No momento em que foi preso, ele usava uma tornozeleira eletrônica, prova de que ainda estava em cumprimento de pena. Delcio Miranda da Rocha também decidiu mantê-lo na cadeia para que a polícia investigue melhor as denúncias de estelionato.

As prisões aconteceram em um barracão localizado no conjunto Eucaliptos, zona leste, quando os suspeitos adquiriam dois caminhões de R$ 900 mil. Os veículos foram trazidos à Londrina por uma empresa de São Paulo, também vítima de fraude. Uma pistola foi apreendida pelos investigadores.

Segundo o delegado de Estelionatos de Curitiba, Emmanoel David, os criminosos faziam transmissões ao vivo pela internet com empresários, momento em que se apresentavam como representantes do hospital londrinense. A investigação mostrou que os golpistas conseguiram obter dinheiro apenas de uma empresa de aluguel de carros da capital paranaense. Nos outros casos, foram apenas tentativas.

Em nota divulgada no dia da operação policial, a assessoria de imprensa do Evangélico informou que "está colaborando com as autoridades desde o início das investigações".