Atendendo um pedido da Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Paraná, o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, prorrogou nesta segunda-feira (17) as prisões temporárias dos sete investigadores presos por suspeito de desvio de uma carga contrabandeada apreendida em dezembro de 2019. Apesar do processo correr em sigilo, a informação da renovação da detenção por mais cinco dias foi confirmada à FOLHA pelo advogado Marcelo Camargo, um dos quatro defensores dos policiais civis que integravam o setor de Furtos e Roubos da 10ª Subdivisão Policial.

Após serem detidos, os agentes foram interrogados na sede da Corregedoria em Londrina, no jardim Quebec, zona oeste, mas ficaram em silêncio. Em seguida, foram transferidos para a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos em Curitiba. Horas depois da decisão em primeiro grau, a defesa dos investigadores entrou com um pedido para que Nanuncio revogue as prisões temporárias. A solicitação foi protocolada perto das 21h desta segunda na 3ª Vara Criminal.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça prorroga prisões temporárias de policiais civis suspeitos de desviar carga
| Foto: Arquivo FOLHA

"Os investigados são considerados como exemplos de profissionais, trazendo a segurança para a comunidade, jamais possuindo a mácula de antecedentes criminais", diz a petição que a reportagem teve acesso. Os advogados que a lei da prisão temporária, a 7.690, determina este tipo de detenção "quando imprescindível para as investigações do inquérito policial, quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade e quando houver fundadas razões de autoria ou participação".

Para a defesa, "os dois primeiros requisitos não estão devidamente preenchidos, isto porque não há dúvidas quando o endereço residencial dos investigados. Para nós, as fundadas razões devem ser idôneas, sérias, sob pena de transformar a prisão temporária em instrumento de perseguição e tortura", escreveram os defensores Salir Pinheiro, Marcelo Gaya, Marcelo Camargo e Thiago Issao Nakagawa, que não quiseram dar entrevista sobre o caso.

Entre os presos estão o superintendente da 10ª SDP e o chefe de investigação da Furtos e Roubos. Segundo o corregedor-geral da Polícia Civil no Estado, Marcelo Lemos de Oliveira, os produtos supostamente desviados foram apreendidos na época em três veículos. A investigação percebeu uma diferença da quantidade coletada da que realmente foi apresentada na Receita Federal.