A juíza substituta da 1ª Vara Criminal, Claudia Andrea Bertolla Alves, descartou novamente a transferência do guarda municipal Fernando Ferreira das Neves da PEL 2 (Penitenciária Estadual de Londrina) para algum destacamento do Corpo de Bombeiros. A remoção foi solicitada pela defesa do réu depois que o também GM Michael de Souza Garcia obteve um habeas corpus no Tribunal de Justiça e deixou a unidade.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça nega nova transferência de GM acusado da morte de jovem
| Foto: Núcleo de Comunicação/Prefeitura de Londrina


Os dois são processados pela morte do estudante Matheus Evangelista, registrada no dia 11 de março no jardim Porto Seguro. Para indeferir o pedido, a magistrada se baseou em um ofício do comandante interino do 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, major Clodomiro João Marafigo Junior. O oficial argumentou que "a corporação não tem a menor capacidade para receber presos. Tal deslocamento resultaria em desalojamento da guarnição de serviço e consequente prejuízo no atendimento".

Procurado, o advogado Marcelo Aparecido Camargo, que defende Neves, mostrou-se "indignado" com a decisão judicial. "O tratamento dado ao Garcia não é o mesmo oferecido ao meu cliente. Não dá pra entender porque aceitam um e rejeitam outro", disse. A transferência foi encomendada porque o guarda "estaria sofrendo ameaças na cadeia por ser um agente de segurança".

Michael Garcia deixou a PEL 1 no final de julho. A reportagem não conseguiu contato com o advogado Eduardo Mileo para repercutir as declarações de Camargo.

Crime

A Delegacia de Homicídios acredita que Matheus Evangelista morreu durante uma abordagem dos guardas. Ele participava de uma festa com amigos em uma casa. Os agentes alegam terem sido chamados por moradores do bairro por causa do barulho do evento.

Colegas do jovem ouvidos no inquérito policial disseram que ele foi baleado logo depois da chegada dos GMs, que desmentem as versões das testemunhas.