O juiz da 1ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, negou nesta quarta-feira (30) um pedido da defesa do açougueiro Alan Borges para que o corpo da ex-mulher dele, Sandra Mara Curti, passasse por uma nova perícia. Segundo o magistrado, "é desnecessário qualquer exame pericial complementar". A solicitação foi feita no final de agosto pelos advogados do réu, Alexandre de Aquino e Anna Patrícia de Arruda Deliberador.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça nega exumação de corpo de mulher morta a facadas pelo ex-marido em Londrina
| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Sandra tinha 43 anos e foi assassinada no dia 6 de julho em sua casa, na rua Angelina Tardivo Sisti, bairro Cervejaria, zona leste de Londrina. Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) mostrou que Borges a golpeou com 22 facadas. Os defensores sustentaram que a análise do legista estava incompleta e por isso pediram a exumação do cadáver. Na mesma decisão, foi mantida a prisão preventiva do açougueiro, que vale por tempo indeterminado.

Em entrevista à FOLHA, o advogado Alexandre Aquino disse "que respeita a posição, mas vai recorrer ao Tribunal de Justiça". Roldão destacou "a violência exarcebada e a crueldade na conduta de Alan, a princípio golpeando Sandra com uma faca por diversas vezes na presença do filho menor de idade, fator este que não mesmo foi capaz de inibir a sua delinquência".

Conforme o juiz, Borges vem desde 2012 "registrando passagens por violência doméstica e familiar contra a mulher, demonstrando ser uma pessoa extremamente agressiva". Em interrogatório à Polícia Civil, o acusado confessou o homicídio e comentou que "perdeu a cabeça".

A Justiça também marcou a primeira audiência do processo para 28 de outubro, a partir das 14h. Cinco testemunhas de acusação devem ser ouvidas. Um delas é o garoto que, segundo as investigações, presenciou a mãe sendo morta. Ele deverá prestar esclarecimento do que viu acompanhado de uma equipe especializada. A defesa de Alan Borges ainda não informou quantas pessoas vai convocar.