Em até um ano, a Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) terá que aumentar o efetivo de policiais militares e investigadores da Polícia Civil em Alvorada do Sul e Bela Vista do Paraíso (Região Metropolitana de Londrina). Essa foi a decisão do juiz Helder José Anunziato, que saiu na última quarta-feira (14) e atende uma ação do Ministério Público apresentada em 2010. Uma liminar até foi concedida, mas o Governo do Paraná recorreu e obteve vitória no Tribunal de Justiça, que anulou o despacho de primeira instância.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça determina que Estado aumente número de policiais em Bela Vista e Alvorada do Sul
| Foto: Reprodução/Filipe Muniz

Segundo o magistrado, o Estado deve manter fixos um delegado, dois escrivães, quatro investigadores e três agentes carcerários em Bela Vista, que também terá que contar com um quadro de 20 militares. Em Alvorada, a determinação é para nove PMs e o comandante do destacamento, além de dois policiais civis e um escrivão. O município até tem um prédio da Polícia Civil, mas o local está desocupado.

Todas as ocorrências, incluindo prisões, são de responsabilidade do delegado de Bela Vista. De acordo com o juiz, "o número de policiais que das duas cidades não são suficientes para atender toda a demanda e realizar o integral policiamento ostensivo e preventivo". Enquanto a ação tramitava na Justiça, Anunziato recebeu uma relação da quantidade de agentes que trabalham nos municípios.

Conforme a lista, que consta na sentença, Alvorada do Sul tem apenas sete policiais militares, "quando o ideal seriam nove pelo índice de criminalidade naquela região". O juiz disse que "Bela Vista está ainda pior". São 10 PMs, mas, pela "importância da cidade", o certo seriam 22 profissionais. A Polícia Civil, segundo a decisão, "está muito deficitária. A unidade conta com cinco investigadores e apenas uma escrivã, que permanece em regime ininterrupto de sobreaviso".

Questionado, o Estado disse que o número de policiais das duas cidades "supera o solicitado pelo Ministério Público". Helder Anunziato disse que a argumentação não é verdadeira. Para ele, o efetivo "nem se aproxima do que seria adequado". A reportagem tenta contato com a Sesp.