A Justiça acatou a denúncia oferecida pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) contra um homem acusado de matar dois jovens e ferir uma terceira vítima em Londrina. O crime aconteceu no início da manhã do dia 3 de setembro, no Jardim Jamaica, na zona oeste da cidade. Aaron Dellesse Dantas, 22, agora é réu no processo e deverá responder pelos crimes de duplo homicídio e tentativa de homicídio.

Responsável pelo caso, o delegado João Reis, da Delegacia de Homicídios de Londrina, participou de uma entrevista coletiva no dia 4 de setembro, logo após a audiência de custódia de Dantas, e disse que o réu tinha um interesse amoroso não correspondido por uma das vítimas. No local, Dantas matou Júlia Beatriz Garbossi Silva, 23, e Daniel Takashi Suzuki Sugahara, 22, amiga e atual namorado, respectivamente, da jovem C.M.M., por quem Dantas demonstraria interesse amoroso não correspondido. Ela também foi atacada, mas convenceu o suspeito a levá-la até um hospital com a promessa de falar que eles tinham sido vítimas de um assalto.

Durante o atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Sabará, a vítima contou o que tinha ocorrido à equipe médica, que acionou a polícia. No momento da prisão ele portava a faca utilizada nos crimes e um canivete.

Por meio de sua assessoria, o MPPR se limitou a dizer que a denúncia foi aceita pelo Judiciário e que o processo corre em sigilo. No inquérito policial, Dantas foi indiciado pelos homicídios de Garbossi e Sugahara com os qualificadores de motivo torpe e que dificultou a defesa das vítimas. Em relação a C.M.M, ele foi indiciado por tentativa de feminicídio por motivo fútil, por perseguição no contexto de violência doméstica e que dificultou a defesa da vítima. O MPPR não divulgou por quais crimes Aaron Dellesse Dantas foi denunciado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do réu.

As integrantes de Néias-Observatório de Feminicídios Londrina receberam, estarrecidas, a informação de que o Ministério Público apresentou denúncia contra Aaron Dalesse Dantas, acusado dos crimes de homicídio qualificado contra três jovens em Londrina, sem a qualificadora do feminicídio. Para Néias, a ausência da qualificadora está em flagrante desacordo com as Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres, documento publicado em 2016 pelo governo brasileiro e a ONU Mulheres.