A Justiça marcou para 6 de outubro, a partir das 8h30, o julgamento do pai e da avó da menina Eduarda Shigematsu, morta por estrangulamento em abril de 2019. O júri chegou a ser agendado para 20 de maio após uma série de adiamentos, mas foi novamente postergado pela falta de um juiz no Tribunal do Júri de Maringá (Noroeste), onde a sessão ocorrerá.

Esta pode, enfim, ser a vez em que Ricardo Seidi e Terezinha de Jesus Guinaia se sentarão no banco dos réus, seis anos após a morte de Eduarda. Havia discordância sobre o local de julgamento, que foi transferido de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), onde o crime aconteceu, para Londrina e, na sequência, para Maringá.

De acordo com a juíza Paula Maria Torres Monfardini, em decisão da última segunda-feira (9), como não há mais questões processuais pendentes, foi possível agendar a sessão de julgamento.

A defesa de Terezinha informou já ter sido intimada e disse ter pressa para a sessão. “É importante que esse júri aconteça o mais rápido possível, porque temos certeza da inocência. Estamos esperançosos de que dessa vez esse júri saia, para que a senhora Terezinha possa provar sua inocência”, afirmou o advogado Mauro Valdevino da Silva.

O advogado Roberto Ekuni, que representa Seidi, frisou que a defesa está preparada para o julgamento e para a demonstração “da verdade em plenário para o Conselho de Sentença”.

RELEMBRE

O corpo de Eduarda foi encontrado pela Polícia Civil três dias após o anúncio do desaparecimento, feito em 24 de abril de 2019. O MPPR (Ministério Público do Paraná) - que denunciou o pai, Ricardo Seidi, em 2019 - solicitou a inclusão de Terezinha Guinaia, a avó, como acusada devido ao suposto falso boletim de ocorrência feito por ela na época do desaparecimento.

De acordo com a tese do órgão, ela tinha a guarda da criança desde 2014 e também "foi omissa ao permitir a relação do pai com a filha mesmo sabendo dos riscos". O corpo de Eduarda foi enterrado clandestinamente em um imóvel da família, em Rolândia.

Seidi está preso desde 2019 e responde por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Terezinha, que chegou a ficar presa por 57 dias, é acusada de ter ajudado a esconder o corpo da neta, o que ela sempre negou.

Jéssica Pires, a mãe da vítima, teve um relacionamento de quatro anos com o acusado, resultando no nascimento da menina. Ela estava em São Paulo (SP) quando o crime ocorreu.

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