Juíza decide que menina estuprada dará à luz
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sábado, 15 de abril de 2000
Por Carlos Mendes
Belém, 16 (AE) - A juíza Maria Rita Xavier, do Tribunal de Justiça do Pará, decidiu ontem (15) que a menina G.C.E, de 11 anos, estuprada pelo padrasto e grávida de 3 meses, dará à luz o filho. O laudo dos médicos da Santa Casa de Misericórdia do Pará entregues pelo Ministério Público à juíza revela que o risco de a menina abortar é o mesmo de ela continuar a gestação até o final.
A decisão da juíza foi tomada depois de consulta feita aos familiares da menina. "Eu expliquei à criança o que iria acontecer no caso de um aborto. A mãe dela e a própria menina decidiram que é melhor levar a gravidez até o final. Era preciso respeitar a vontade dos familiares", disse Maria Rita.
G.C.E ainda está traumatizada com o abuso sexual que sofreu do padrasto, Varlito Gomes Félix, que está foragido há 15 dias, com mandado de prisão decretado pela Justiça. Ela chora, apresenta-se debilitada e tem anemia. "Agora que a juíza explicou tudo, tem horas que eu quero, mas também tem horas que eu não quero esse filho", resumiu a garota. A mãe, Enilda Estumano, é favorável à doação do bebê que vai nascer.