No final da tarde desta segunda-feira (27), o delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana, Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, ouviu o rapaz de 27 anos que, segundo a Polícia Rodoviária Federal, dirigia uma BMW e causou um acidente com duas mortes no último domingo (26). Ele teria batido de frente contra um Gol na BR-369, no trecho compreendido entre Arapongas e Apucarana. Uma criança de um ano de idade morreu na hora.

Imagem ilustrativa da imagem Jovem diz que não dirigia carro que matou pai e filha em acidente em Apucarana
| Foto: Reprodução/PRF

O pai dela, um homem de 31 anos, chegou a ser transferido para o Hospital da Providência, mas não resistiu. Além dos dois, a mãe e um bebê de 18 dias foram socorridos e levados para a mesma unidade de saúde, onde permanecem internados.

No depoimento que a reportagem teve acesso, o jovem afirmou não conduzia a BMW envolvida no acidente. Ele comentou que, perto das 23h de sábado, estava em uma festa com amigos. Confessou ter bebido "um pouquinho" e que ficou com os colegas até 9h do domingo. Em seguida, o suspeito sustenta que foi para casa por volta das 10h, "deitou um pouco" e acordou às 13h com a ligação de um primo.

Segundo o rapaz, o parente dizia que algumas amigas que também estavam na festa "tinham batido o carro. Ele me perguntou se eu estava junto. Saí de casa para ver o que tinha acontecido. Como estava muito trânsito, dei a volta e fui para a chácara da minha mãe, onde fui abordado pelos policiais e trazido até a delegacia".

Apesar de admitir que bebeu na comemoração com os amigos, o homem informou que "o teste para ingestão de bebida alcoólica deu negativo e que não tinha nenhum tipo de lesão, o que confirma a minha versão de não dirigir o carro no momento do acidente".

De acordo com o delegado, a versão foi desmontada com o depoimento de uma das moças que seguia na BMW e sobreviveu. "Acho que ele estava em alta velocidade. Só lembro do veículo rodando na pista e um grande impacto logo em seguida. Eu desmaiei e acordei com o primo dele (possível motorista) e outra garota me socorrendo. Ele (suspeito) fugiu do local", disse na oitiva que a FOLHA também teve acesso.

A testemunha foi levada para o Hospital da Providência, mas acabou sendo liberada às 23h do domingo. Ela não quis representar contra o rapaz pelas lesões que sofreu. O delegado deve ouvir novamente os policiais rodoviários federais e solicitar o exame do bafômetro que teria sido aplicado no motorista, que foi autuado por homicídio culposo e lesão corporal. Ele está preso na carceragem da Delegacia de Apucarana.