Após mobilizar toda a região em uma corrida contra o tempo em prol de uma campanha para arrecadar dinheiro, a rolandense Gabriela Thomé, de 18 anos, pôde, enfim, realizar a tão sonhada cirurgia nesta segunda-feira (17).

Thomé conta que está sentindo algumas dores e desconforto por conta do procedimento, mas que está bem
Thomé conta que está sentindo algumas dores e desconforto por conta do procedimento, mas que está bem | Foto: Divulgação

Vivendo com uma doença neurológica chamada paralisia cerebral espástica, ou siringomielia, que a impedia de fazer atividades cotidianas, a cirurgia traz esperança e novos sonhos para a jovem.

No total, por meio de campanhas de PIX e por plataformas de financiamento, a jovem arrecadou R$ 110 mil.

Thomé conta que está sentindo algumas dores e desconforto por conta do procedimento, mas que está bem e teve alta médica na manhã desta quinta-feira (20). Sobre a cirurgia, que durou mais de quatro horas, a jovem explica que os médicos disseram que foi mais complicado do que imaginavam.

“Eu tenho escoliose por conta da paralisia e isso atrapalhou bastante, mas o médico disse que com o tempo tudo vai se resolver”, explica.

A cirurgia é chamada de Rizotomia Dorsal Seletiva e custa mais de R$ 100 mil, já que não é ofertada pelo SUS. A jovem tinha menos de um ano para arrecadar o valor e realizar o procedimento, já que a cirurgia deveria ser feita antes de ela completar 19 anos, em janeiro.

Nas redes sociais, Thomé (@gabiii_thome) usa o espaço para falar sobre a doença e os desafios que enfrenta no dia a dia. Ela explica que a doença começou a dar os primeiros sinais quando tinha cinco anos de idade.

“Eu comecei a me escorar na parede, ter cãibras e a cair. Eu perdi muito tempo com médicos, alguns diziam que era um simples escoliose, outros que eu estava pisando torto por causa do meu sapato”, relembra. Segundo ela, o diagnóstico só veio com 12 anos. “Foi muito tempo perdido. Se eu tivesse recebido o diagnóstico antes, hoje eu já poderia estar andando”, ressalta.

De acordo com Thomé, a siringomielia causa rigidez nas mãos e pernas e, por conta disso, não consegue ficar em pé e nem mexer um dos braços. “A cirurgia é feita na coluna vertebral. Eles cortam algumas coisas, que parecem raízes, que me prejudicam e deixam meus pés e mãos rígidos”, explica.

Segundo ela, antes da cirurgia, um dos pés estava entortando. “Agora ele já ficou mais mole, então a gente tem que correr atrás para ganhar mais força nas pernas e pés”, afirma.

A jovem também ressalta que o médico que realizou o procedimento no Hospital Evangélico de Londrina disse que, por conta da escoliose, os resultados vão demorar mais para aparecer nos membros superiores. “Mas a partir da semana que vem eu já vou poder começar a me movimentar e trabalhar para ganhar força novamente”, comemora.

O pós-operatório também conta com fisioterapia, que deve ser feita todos os dias por três meses. Gabriela Thomé também explica que vai aguardar o parecer do médico definindo a data que ela deve começar a fazer a fisioterapia, que será paga, e não descarta a necessidade de fazer outra campanha para ajudar nos custos do tratamento. Além dos valores da fisioterapia, a jovem ainda terá que arcar com os custos do deslocamento, já que precisará ir de Rolândia para Arapongas todos os dias.

Após ter feito a tão aguardada cirurgia, ela agradeceu todas as contribuições e ajudas e garantiu que está muito animada. “Eu estou me sentindo realizada e com muito expectativa para o que vai acontecer daqui para frente”, celebra a jovem.

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