Uma jovem de 26 anos de Londrina relatou que vinha sendo perseguida por um homem após um encontro marcado entre eles pelas redes sociais. Segundo ela, ele teria colocado algum tipo de droga dentro da sua bebida durante o encontro. Após o ocorrido, ele começou a enviar diversas mensagens em tom ofensivo e humilhante para ela. A situação só parou após a jovem ter registrado um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher de Londrina e uma amiga ter exposto o caso em uma rede social.

A jovem, que prefere não se identificar, contou à reportagem que conheceu o homem através do Instagram, após ele ter entrado em contato com ela pela rede social. Após mais de uma semana de conversa, eles marcaram um encontro no dia 17 de fevereiro em um bar de Londrina.

“No primeiro momento, ele parecia ser um cara tranquilo, conversava super bem, me tratou super bem, não notei nada de diferente”, conta a mulher, que trabalha como modelo. Ela explica que eles dividiram três cervejas nesse bar e trocaram alguns beijos. A mulher relata que começou a estranhar o fato de ele insistir em querer tomar um vinho com ela em algum hotel. “Eu falei pra ele que não me sentia à vontade e que preferia continuar tomando a cerveja ali mesmo”, relembra.

Ela explicou que, devido a insistência, sugeriu que eles comprassem um vinho em uma conveniência e tomassem no local: “ele não gostou muito da ideia, mas acatou”. Após terem comprado a bebida em uma conveniência e já terem aberto a garrafa e servido os copos, a jovem retornou para dentro do estabelecimento para pegar outro produto. “Quando eu voltei, continuamos bebendo e ele insisitiu na conversa de ir para um hotel, que ele não ia fazer nada que eu não quisesse, então comecei a ficar incomodada e mandei uma mensagem para um amigo, que foi me encontrar”, explica.

De acordo com a vítima, quando o amigo chegou, ela relatou o que havia acontecido e eles resolveram ir embora. Entretanto, quando o homem viu que a jovem conhecia o rapaz, ele se levantou irritado e saiu sem se despedir. “Então depois que ele foi embora, o meu amigo me levou para um barzinho ali perto. Quando eu cheguei lá, comecei a me sentir estranha e 30 minutos depois eu tinha que ficar escorada no meu amigo porque não conseguia mais ficar em pé”, relembra.

Após o mal estar, o amigo chamou um um motorista por aplicativo, que a levou para casa. “Eu só consegui chegar até o meu quarto, depois apaguei. Quando acordei, estava com uma dor de cabeça muito forte e me sentindo estranha. Minha mãe queria que eu fosse até uma delegacia, mas eu ignorei e achei que fosse coisa da minha cabeça”, conta.

No dia seguinte ao encontro, ela conta que o homem começou a enviar diversas mensagens com frases do tipo: ‘era melhor ter saído com uma garota de programa’; você gosta de fazer os caras de trouxa’; ‘se queria transar com outro por qual motivo aceitou sair comigo’’. Apesar da jovem ter bloqueado diversos números de telefone pelos quais ele fazia contato, ela ressalta que ele sempre arrumava uma forma de atormentá-la. “Ele falava que ia me expor para vários homens de Londrina”, relata.

A modelo afirma que a gota d’água foi quando recebeu uma mensagem, na segunda-feira (27), de outro homem dizendo que tinha conseguido o contato dela em um grupo de garotas de programa de alto padrão de Londrina. “Nesse momento, eu vi que a situação estava tomando uma proporção muito grande, já estava mexendo muito com o meu psicológico e resolvi ir até a Delegacia da Mulher”, desabafa. “Eu registrei um boletim de ocorrência e a delegada já me deu a opção de entrar com uma medida protetiva. Ele não vai mais poder chegar perto de mim ou entrar em contato comigo”, detalha.

Após ela ter registrado o boletim de ocorrência e uma amiga ter exposto o caso no Twitter, em uma publicação que já conta com quase 350 compartilhamentos, o homem não entrou mais em contato com ela.

A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Delegacia da Mulher de Londrina, que disse que “não vai dar detalhes de casos sexuais”. A assessoria informou que as providências serão tomadas e a investigação será feita”.

Alerta

Depois de todo o susto, a jovem faz um alerta para que as meninas conversem muito bem com uma pessoa que conheceram nas redes sociais antes de aceitar sair com ela, inclusive consultando amigos para saber se eles conhecem. “A gente sempre acha que não vai acontecer com a gente, eu pensava assim, e acabou acontecendo”, orienta. Ela ainda aconselha que as meninas marquem encontros em locais públicos e que caso a pessoa tenha um comportamento suspeito, que avise alguma pessoa próxima. “Se não fosse o meu amigo, eu não sei o que teria acontecido”, conta.

A jovem relata estar convivendo com medo de sair de casa para fazer coisas básicas. “Eu tive medo de ir até a delegacia, mas elas foram muito solícitas e me deram todo o apoio. Em nenhum momento me senti constrangida, me senti muito acolhida”, conta. Ela ainda ressalta que decidiu expor o caso para que o mesmo não aconteça com outras meninas. A reportagem não conseguiu contato com o acusado.

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