O juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, determinou nesta terça-feira a soltura de Igor Machado da Silva, 23 anos, acusado de matar a idosa Teruko Kobayashi, 65, em março de 2017. Durante as investigações, a Polícia Civil tratou o crime como latrocínio, que é o roubo seguido de morte, depois que os investigadores encontraram a residência da vítima, na rua Iguape, Vila Nova, totalmente revirada. Silva estava preso há oito meses na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina).

A decisão que revogou a prisão preventiva foi tomada depois que a promotora Márcia Regina de Menezes dos Anjos pediu uma nova perícia entre as imagens das cicatrizes no braço direito mostradas por Silva na audiência com as coletadas pela polícia em câmeras de monitoramento da região da Vila Nova. Os policiais encontraram a digital de um dos dedos do rapaz em uma garrafa pet, localizada no quintal da casa da idosa.

"Manter a prisão do réu, sabendo que a instrução não se encerrará em menos de um mês, afigura-se desproporcional diante da fragilidade dos indícios de autoria até então apurados", disse o magistrado no despacho. Enquanto a investigação aponta que o ferimento foi ocasionado por uma queimadura, o jovem alega ter levado uma facada durante uma briga. "Até coloquei uma placa para recuperar os movimentos da mão", ressaltou o acusado quando interrogado no Fórum.

Em entrevista à FOLHA, a irmã da vítima, a aposentada Kasue Kobayashi, criticou a decisão da 3ª Vara Criminal. "Se foi encontrada a prova da impressão na garrafa, como o juiz soltou ele (Silva)? Eu acho que não foi o certo, mas a gente tem que respeitar", comentou. Teruko Kobayashi morava com a família em São Paulo (SP), mas mudou-se para Londrina para fugir da violência em 2012. "Ela se aposentou e queria sossego".

A Justiça também requisitou que a Santa Casa de Londrina, hospital onde Silva teria se internado para tratar o machucado, encaminhe a cópia integral do prontuário de atendimento. Atendendo o pedido do Ministério Público, o juiz ordenou que o Instituto de Criminalística faça o confronto das imagens "com a devida urgência".

Igor Machado da Silva, que negou todas as acusações, será monitorado por uma tornozeleira eletrônica. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do réu.