Jardim Botânico do Rio oferecerá cursos de pós-graduação
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 05 de janeiro de 2000
disse Bruni. O acervo vivo de vegetais do parque, de 8.000 espécies classificadas (distribuídas nos 54 hectares de área cultivada, dos 137 totais), será aproveitado para trabalho de campo. "A maior parte dos nossos 23 pesquisadores é de doutores; aproveitaremos a experiência deles para formar profissionais que visem à conservação", explicou o diretor. O corpo docente da Escola será formado ainda por professores visitantes de universidades do Estado que já têm parcerias com o Jardim Botânico. "Será um curso pioneiro no Brasil, que requer toda a especialização de que já dispomos, especialmente no estudo da mata atlântica, no qual somos referência", disse. "Pretendemos atender às demandas que as universidades não atendem, tendo a qualidade como pressuposto básico", afirmou Bruni.Por Roberta Pennafort, especial para a AE Rio, 05 (AE) - O Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, mais importante parque do gênero na América Latina e entre os cinco maiores do mundo, vai virar escola. A partir do segundo semestre serão oferecidos cursos de pós-graduação latu-sensu (extensão, especialização e aperfeiçoamento) nas áreas em que os pesquisadores da instituição são especialistas, como conservação de espécies brasileiras e estudos sobre a mata atlântica. Ainda para o ano 2000 está prevista a criação de um consórcio com 50 parques de Portugal e da Espanha, que vai permitir investimentos da Comunidade Econômica Européia na rede brasileira de jardins botânicos - formada por 30 parques e sediada no Rio - , em projetos nas áreas de pesquisa científica e de formação de profissionais, além de facilitar o intercâmbio de informação entre os países. As aulas da futura Escola Nacional de Botânica Tropical serão ministradas no Solar da Imperatriz. Datado do início do século XIX, o prédio, que está sendo restaurado com recursos da Caixa Econômica Federal e do Ministério do Meio Ambiente há um ano, será reinaugurado em março. Ele abrigará uma coleção de 500 mil espécies de plantas desidratadas, que compõem o maior acervo de herbáreos do Brasil e têm valor de mercado em torno de US$ 20 milhões. A reforma dos 1.420 metros quadrados da construção custa R$ 1.600. Preservação - Segundo o diretor da instituição, Sérgio Bruni, que também é presidente da rede brasileira, em até dois anos será criado um programa de pós-graduação strictu-sensu (mestrado e doutorado) com ênfase na flora típica do Brasil. "Não queremos nos restringir à área acadêmica, e sim utilizar o conhecimento na preservação efetiva das espécies do nosso País"