Pouso Alegre, MG, 08 (AE) - Parou de chover no sul de Minas, mas os alagamentos e buracos ainda complicam a vida dos motoristas nas principais rodovias da região. Só a partir da próxima semana o governo do Estado deverá estabelecer o cronograma de recuperação das estradas. "As pessoas são prioridade, não as obras", afirmou hoje o governador Itamar Franco (sem partido) antes de deixar Pouso Alegre, onde esteve por três dias acompanhando o trabalho da Defesa Civil.
A Rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo, está interditada próximo ao município de São Sebastião da Bela Vista. As duas pistas foram alagadas pelas águas que escoam das cidades de Itajuba e Santa Rita de Sapucaí em direção ao leito do rio Sapucaí. A situação ainda foi agravada, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, pela abertura das comportas da represa em Delfim Moreira. A previsão é que a pista só esteja seca na terça-feira.
Motoristas que seguiam no sentido São Paulo-Belo Horizonte e ficaram presos no trecho foram orientados a retornar 15 quilômetros até Pouso Alegre e pegar um desvio por rodovias estaduais passando pelos municípios de Machado, Alfenas e Varginha. O desvio aumentou em 150 quilômetros as viagens de Pouso Alegre até a capital mineira. Pelo itinerário normal, pela Fernão Dias, a viagem seria de 350 quilômetros.
De acordo com o governador de Minas, 14 cidades terão prioridade no trabalho de recuperação. O vice-governador, Nilton Cardoso (PMDB), ficará sediado em Varginha a partir de segunda para coordenar a operação. Segundo Itamar Franco, começa agora a fase mais delicada, quando as pessoas retornam às suas casas e contabilizam os prejuízos. "O Estado tem de ir além do assistencialismo e prestar ajuda afetiva".
Animais - Com as águas baixando os moradores das cidades atingidas pela enchente sofrem com a retirada da lama e também com os animais mortos. A medida em que a água vai embora aparece um grande número de vacas, cavalos e animais domésticos que morreram afogados. O apelo da Defesa Civil estadual é para que os animais mortos sejam enterrados e não depositados junto com entulho e lixo da inundação.