Israel inicia retirada; nos EUA, negociações em "passos lentos".
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quarta-feira, 05 de janeiro de 2000
Jerusalém, 05 (AE-AP) - Israel começou hoje (05) a retirar suas tropas da Cisjordânia, efetivando a transferência do controle de 5% do território para a Autoridade Palestina (AP). Na véspera, negociadores israelenses e palestinos tinham posto fim a sete semanas de impasse sobre se a AP participaria ou não da decisão de que áreas seriam desocupadas.
A retirada começou no fim da manhã, quando vários caminhões, carregados de móveis e colchões, deixaram a base do Exército de Yousef, a leste da cidade de Nablus. A bandeira israelense foi arriada ante a saudação dos soldados momentos antes de o pavilhão palestino ser içado no mesmo mastro.
A retirada deve completar-se amanhã, quando acabarão de ser esvaziadas seis bases e acampamentos no norte e no sul da Cisjordânia. Este é a segunda das três retiradas estabelecidas por um acordo firmado em setembro. A terceira deve começar no dia 20. Ao fim delas, os palestinos exercerão controle civil sobre 40% do território.
Para 13 de fevereiro está prevista uma rodada de negociação para definir as bases de negociação de um tratado de paz definitivo e traçar um esboço da futura fronteira entre Israel e a entidade palestina.
O avanço nas negociações entre Israel e os palestinos dá-se no momento em que o primeiro-ministro israelense discute em Shepherdstown, cidade próxima de Washington, o futuro das relações com a Síria.
Com a mediação do governo americano, as delegações dos dois países estavam prontas para começar a debater a primeira série de questões práticas sobre segurança e a retirada de Israel das Colinas do Golan, ocupadas em 1967. O porta-voz do Departamento de Estado americano, James Rubin, declarou que as negociações se desenvolviam "em passos lentos, mas muito sérios".
O presidente dos EUA, Bill Clinton, e a secretária de Estado, Madeleine Albright, enviaram hoje mensagem ao primeiro-ministro libanês, Salim Hoss, manifestando esperanças de estabelecer um diálogo também entre Líbano e Israel. Os sírios controlam a política exterior do Líbano.